Preciosos fogões de Caeté

21/02/2018 10:50
A Serra da Piedade, ícone de fé e de rara beleza, talvez seja a primeira lembrança que nos vem à mente quando mencionamos o município de Caeté. Cidade do circuito do ouro, de povo pacato e hospitaleiro, o município preservou, ao longo de sua história, outros preciosos tesouros, motivo que levou nossa equipe a mais este garimpo.





Além da infinidade de quitandas com receitas tradicionais, acompanhadas de cafezinhos fumegantes em canecas esmaltadas, bem apropriadas para o aconchego do fogão a lenha na região serrana de clima frio, a estrela que mais brilhou neste cantinho perto do céu foi o bolinho de feijão.



Se na Bahia, recheado de gostosuras de origem africanas, ele se transformou no acarajé ícone da culinária, em Caeté, o bolinho de feijão fradinho tem em sua versão mais simples a tradição e a preferência de incontáveis e fiéis apreciadores.



Nas diversas receitas encontradas na cidade, são sutis as diferenças entre os temperos. O segredo está no toque das mãos de suas inúmeras criadoras, as famosas bolinheiras. Assim são chamadas as mestras nesta arte, homenageadas nesta edição com a receita de dona Maria Madalena, que tão bem representa esse traço da gastronomia local.



Nas nossas andanças, ainda não havíamos nos deparado com esta tradição da cozinha africana tão disseminada em mesas mineiras. Fica a sugestão de que o quitute, já acolhido pelo paladar caeteense, seja elevado a símbolo da culinária da cidade.



Esta e outras gostosas descobertas no berço da Guerra dos Emboabas, reforçaram nossa convicção de que é inesgotável e cada vez mais apaixonante esta fonte de riquezas gastronômicas que é nossa Minas Gerais. Aproveite o friozinho desse inverno e suba as montanhas para desfrutar de todo o aconchego de Caeté, uma cidade repleta de tesouros históricos e sabores divinos, temperados com muita fé.



Bom apetite!







Eduardo Avelar

Chefe de cozinha

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