Cristiana Oliveira diz que era natural ficar nua em Pantanal

Atriz que interpretou Juma Marruá na primeira versão disse que não se importava com as cenas de nudez

Divulgação/TV Manchete
Juma (Cristiana Oliveira) em Pantanal de 1990 (foto: Divulgação/TV Manchete)

Cristiana Oliveira, de 58 anos, que ficou muito conhecida após interpretar Juma Marruá, que se transformava em onça-pintada quando se sentia ameaçada na primeira versão de Pantanal (1990), comentou sobre as cenas de nudez da trama de Benedito Ruy Barbosa com direção de Jayme Monjardim.

Em entrevista ao podcast Papagaio falante, apresentado por Sérgio Malandro e Renato Rabello no Youtube, a atriz disse que não se importava em ficar nua na novela.

 

"O mais bacana é que a coisa da nudez até poderia ser intencional, o que não me importava, [...] mas fazia tanto parte do contexto, estava tão integrada com a personagem, que ficar nua para mim era natural", destacou.

 

Apesar disso, Cristiana recordou que na época tinha problemas de autoestima, problemas com o próprio corpo e se exibir era uma questão, especialmente pelo histórico de ter sido uma pessoa obesa. "Mas no Pantanal eu não estava nem aí", garantiu.

 

"Era algo muito natural, porque a Juma era uma índia, então essa coisa de mergulhar pelada, não tinha cenas de sexo, porque com a Juma e o Jove era mais amor", acrescentou. 

Não se davam bem

Durante o bate-papo, Cristiana abriu o jogo e falou sobre a sua relação com Marcos Winter, ator de 55 anos que interpretou Jove na trama que foi um sucesso na extinta TV Manchete.

 

Sérgio questionou se o romance entre os protagonistas foi além das telinhas e a artista negou a informação e confessou que não tinha um bom relacionamento com o seu par romântico.

 

"Pelo contrário, a gente não ia com a cara um do outro. Vou te explicar o porquê, isso a gente ri hoje, Marquinhos é meu irmão, toda a paixão, admiração e respeito que eu tenho por aquele cara. O Marquinhos sempre foi um cara intelectualizado, ele veio do teatro. Ele era um ser pensante, um cara que questionava as coisas, que tinha uma consciência política e artística", explicou.

 

"Ele tinha um pouco de preconceito com a televisão. Naquela época, tinha fama de que ator de verdade não podia fazer televisão, tinha que fazer cinema, teatro. Existia muito isso no final da década de 80, 90", acrescentou.

 

Na sequência, Oliveira relembro o incômodo do artista com o fato dela participar de programas de auditório. "Não estou dizendo que tinha sido isso, a gente nunca falou [sobre isso]. Mas enfim, naquela época, estava acontecendo coisas comigo que eu própria não entendia, era um sucesso estrondoso. Era óbvio que as outras emissoras me chamavam para fazer programas, a Manchete era muito aberta com isso, queria mais é que divulgasse a novela Pantanal", destacou.

"Eu comecei a fazer Gugu Liberato, programas de auditório e aí ele falava assim, eu não lembro o texto, mas uma coisa do tipo que ele tinha preconceito com isso, 'não, você é atriz'. Eu falava: 'Caramba, eu estou só curtindo, aproveitando'. Um dia ele falou para mim: 'A gente não é da mesma praia, a gente é de praias diferentes".

Cristiana Oliveira

Cristiana também destacou que foi chamada de antissocial por Paulo Gorgulho, ator que deu vida a José Leôncio jovem na primeira versão do folhetim pantaneiro. "O Paulo uma vez perguntou para mim: 'Cris, por que você é tão antissocial?'. Eu falei: 'Cara, eu não sou antissocial, a questão é que eu não bebo, não sei jogar e acabo dormindo cedo porque acordo 3h da manhã para 5h estar pronta para poder gravar", relembrou.

"Eles tinham essa sensação de que eu estava me isolando por ser uma das protagonistas da novela e não era. Eu não tinha noção da responsabilidade que eu tinha, eu simplesmente vivia, só que as pessoas me cobravam".

Cristiana Oliveira

Veja, abaixo, a entrevista na íntegra:

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