Doença da Artéria Carótida: saiba como ela acontece e o risco de AVC

Fatores de risco associados à doença carotídea são os mesmos da aterosclerose, que leva à formação de placas de gordura no interior das artérias

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As artérias carótidas estão situadas no pescoço e são responsáveis por levar sangue ao cérebro. O estreitamento ou entupimento dessas artérias pode levar ao quadro de derrame cerebral ou Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Os fatores de risco associados à doença carotídea são os mesmos já descritos como causadores da aterosclerose, que leva à formação de placas de gordura no interior das artérias:

- níveis elevados de colesterol no sangue, principalmente o colesterol “ruim” ou LDL;
- sedentarismo;
- fatores hereditários.

O primeiro sintoma da doença da artéria carótida pode não ser já o AVC, mas inicialmente um quadro descrito como ataque isquêmico transitório ( AIT), na qual os sintomas perduram por 24 horas e depois ocorre uma recuperação completa. È como se fosse o primeiro sinal de um AVC maior que poderá acontecer. Alguns sintomas de aviso prévio de um derrame são os seguintes:

- fraqueza, dormência ou formigamento em uma das metades do corpo ( braço ou perna);
- paralisia súbita no braço ou na perna ( incapacidade de mover o membro);
- dificuldade ou incapacidade para falar;
- perda da visão em um dos olhos.

Qualquer um desses sintomas, quando presente, deve levar o paciente a procurar imediatamente por auxílio médico. Nesses casos, o médico irá solicitar um exame de Doppler (ultra-som ou duplex-scan) das artérias carótidas, que possibilitará o diagnóstico correto do estreitamento ou entupimento dessas artérias.

Muitos pacientes portadores de lesões nas artérias carótidas não apresentam sintomas, sendo classificados como pacientes assintomáticos. Na presença de fatores de risco para aterosclerose, é importante realizar um exame de Doppler dessas artérias para identificar a doença carotídea e iniciar o tratamento adequado.

As medidas gerais de tratamento da aterosclerose devem ser empregadas em todos os pacientes. É muito importante o tratamento adequado do diabetes e também a abstenção de fumar, ou seja, parar o tabagismo é um pilar fundamental do tratamento, medida sem a qual as demais recomendações surtirão pouco efeito.

O controle dos níveis elevados de colesterol no sangue pode ser feito através da dieta com baixos níveis de gordura e com uso de medicamentos. As estatinas são os principais medicamentos usados no tratamento e deverão ser sempre receitadas pelo médico. È importante lembrar dos benefícios da atividade física diária, sendo recomendada a caminhada por 30 minutos durante cinco vezes na semana.

O tratamento cirúrgico será realizado naqueles casos mais graves, com estreitamentos maiores que 80% da artéria ou então que já tenham tido um sintoma compatível com AIT ou AVC. As opções disponíveis para tratamento cirúrgico são:

- a cirurgia por cateterismo ou angioplastia da artéria carótida, na qual um balão é posicionado no interior da artéria para sua dilatação, seguida da colocação de um tubo de nitinol chamado stent;

- a cirurgia aberta, através de uma incisão ao nível do pescoço, com abertura da artéria e retirada da placa de aterosclerose do interior da mesma.

È importante o acompanhamento e orientação pelo Angiologista e Cirurgião Vascular, uma vez que medidas de prevenção e tratamento adequados podem ser instituídas de forma precoce antes de ocorrer o AVC.

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