O verão vem chegando e, como diz a música, vem acompanhado de muitas coisas prazerosas e
agradáveis. Porém, no universo da Ginecologia, a estação desperta a atenção para alguns sintomas que podem ser muito desagradáveis. Um deles é a candidíase vulvovaginal, motivo de consultas até em serviços de urgência.
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É comum pacientes chegarem com lista de medicamentos já utilizados em sequência, além de automedicações, o que dificulta ainda mais o sucesso do diagnóstico e tratamento. Para complicar, às vezes há a associação de mais de um microorganismo originando o corrimento vaginal.
Também frequentemente as pacientes queixam-se de corrimentos vaginais anormais quando se tratam de secreções fisiológicas e que dispensam tratamento.
Durante a vida reprodutiva, 10% a 20% das mulheres podem ser colonizadas pela Candida e serem
assintomáticas, isto é, não apresentarem resposta inflamatória à presença do fungo e não necessitarem de tratamento.
A incidência da candidíase vulvovaginal aumenta após a primeira menstruação, com picos entre
30 e 40 anos de idade, e são comuns após o uso de antibióticos.
Os sintomas são ardência, coceira, vermelhidão, corrimento em nata e sem cheiro, dores à relação sexual ou ao urinar. Às vezes a coceira pode ser tão intensa que causa ferimentos por coçadura. O seu médico deverá fazer um exame local, avaliar a secreção vaginal, afastar outras doenças que podem confundir e prescrever o tratamento adequado.
Em geral, as candidiases vulvovaginais respondem bem aos vários esquemas terapêuticos orais ou vaginais breves e o parceiro não deve ser tratado rotineiramente. Algumas vezes podem não responder ao tratamento inicial e, pior, serem recorrentes, necessitando de medicação por períodos
mais longos, devendo-se pesquisar doenças intercorrentes (diabete melito, doenças com baixa da
imunidade, gravidez, dentre outras).
Também vão aí algumas dicas para mudança de hábitos:
- não utilizar sabonetes íntimos que não respeitem o pH, nem perfumados ou irritantes;
- evitar uso de roupas sintéticas, apertadas e molhadas;
- guardar toalha seca para enxugar a região genital após o banho, já que enxugar com a toalha
molhada pode manter a umidade local e criar condições de manutenção da candidíase.
A reposição dos lactobacilos vaginais por ingestão de substâncias probióticas tem resultados controversos.
Quem usa pílula anticoncepcional deve dar preferência àquelas de baixa dose.
Enfim, tudo para ter um verão tranquilo e prazeroso. Afinal, o calor é melhor no coração, como
diz a música!
Se você tem dúvidas sobre problemas ginecológicos, mande pra mim: marcoszagury@hotmail.com