Menstruar ou não menstruar, eis a questão

Para algumas mulheres, menstruação é um suplício. Para outras, sinal de feminilidade. Hoje, há um leque de opções para quem quiser evitar o fluxo mensal

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(foto: Pixabay)

Vamos falar de um assunto polêmico? Diria polêmico mais por ser desconhecido: menstruar x não menstruar.

Durante séculos, desde antes de Cristo até o começo do século XX, a Medicina utilizou a sangria como tratamento médico para dores de cabeça e até pneumonia. Entendia-se a sangria como recurso terapêutico indispensável e assim também entendia-se a menstruação como uma forma de desintoxicar o organismo feminino, um mecanismo purificador pelo qual a natureza se livra do sangue sujo ou ruim. Este conceito durou muito tempo. Felizmente a sangria terapêutica caiu em desuso e hoje podemos discutir se menstruar vale a pena.

Algumas mulheres fazem questão de menstruar e associam a menstruação à feminilidade, fertilidade e juventude. Para outras mulheres a menstruação é um suplício, seja pela tensão pré-menstrual (TPM), seja pelas cólicas intensas, seja pelo volume acentuado e às vezes interferindo no trabalho e convívio social. Algumas chegam até a anemiar.

Então vamos entender um pouquinho sobre o que causa a menstruação de uma maneira resumida. Todo mês no início do ciclo menstrual, e baseado na produção dos hormônios ovarianos, inicia-se o amadurecimento do tecido de revestimento interno do útero, o endométrio, com o propósito de preparar o ambiente intrauterino para receber o ovo fecundado. Ao final do ciclo menstrual, se não houve a gravidez, aquele endométrio produzido perdeu sua finalidade e é descamado juntamente com sangue formando a menstruação. O fenômeno é reconhecido pelo caráter hemorrágico, duração de três a cinco dias, e se repete periodicamente a intervalos de 28 a 30 dias. Ou seja, todo mês a mulher é preparada para engravidar e aquela que deseja engravidar deve estar liberada para ovular e preparar seu endométrio.

Algumas doenças estão ligadas a alterações do período menstrual tais como os miomas que podem produzir menstruações muito aumentadas a ponto de causar anemias, a endometriose que pode estar associada a cólicas menstruais intensas e infertilidade como foi o caso da famosa atriz norte-americana Marilyn Monroe. Para essas pacientes o tratamento pode consistir na suspensão da menstruação e há diversos modos de fazê-lo. O mais radical é a retirada do útero e ovários. Mas existem tratamentos menos radicais, através de anticoncepcionais hormonais contínuos sob as formas oral, injetável, implantes sob a pele ou o DIU hormonal.

Hoje abriu-se um leque de opções para aquelas que não queiram menstruar, até mesmo por opção, que não queiram engravidar e sem que haja efetivamente uma alteração no ciclo menstrual. Sabe aquela possibilidade de menstruar na lua de mel, na praia ou naquela viagem há muito planejada? Pois é, uma consulta do seu Ginecologista elucidará suas dúvidas respeitando seu desejo de menstruar ou seu desejo de economizar alguns absorventes. Boa sorte!

 

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