Uma doença significativa pode realmente limitar os objetivos esportivos?

Não há dúvida sobre o papel da mente na melhora das doenças do corpo, por mais anatômicas, biológicas e de carne e osso que elas possam ser

Arisa Chattasa/Unsplash
(foto: Arisa Chattasa/Unsplash)

Essa semana, por indicação de uma amiga (educadora física e praticante apaixonada de esportes), vi na Netflix o filme 100 metros, que fala a história de um homem diagnosticado com esclerose múltipla que decide treinar para um Ironman. Uma jornada incrível que realmente nos leva a refletir sobre qual a real limitação o nosso corpo consegue nos impor, e a dar cada vez mais valor ao poder da mente. São vários os exemplos de superação que são capazes de nos ensinar que nossos problemas cotidianos não são tão ruins assim, ou que uma lesão não é tão grave ou limitante assim.

Como comecei indicando um filme, para seguir no paralelismo argumentativo, vou na sequência indicando outro: o documentário Pódio para todos, também da Netflix, é um banho de alegria, força de vontade e de exemplos de garra. Ver, quase que de perto, atletas paraolímpicos e suas histórias, que poderiam ser catastróficas, retratadas quase que com bom humor, é incrível e inspirador. O mais interessante disso tudo é observar como o esporte consegue ser um ponto motivador na vida das pessoas, um ponto de transformação, ou de estabilidade.

Ouvi de um treinador de corrida certa vez o quanto ele se sentia responsável pelos treinos que ele prescrevia para seus alunos, visto que alguns deles têm a corrida como um pilar fundamental na sua vida, como a família ou a profissão. Fato é que, para quem gosta e pratica esporte, uma lesão muitas vezes pode frustrar, desanimar e limitar muito os pensamentos positivos pelo futuro e os objetivos esportivos.

Não tenho dúvida que sentir dor durante a prática esportiva é angustiante. Entretanto, devemos sempre nos basear nos bons exemplos de perseverança e treinamento mental para a melhora de uma lesão ou de uma doença. Há algum tempo, venho refletindo sobre isso e cada vez mais eu vejo que como meus pacientes que verdadeiramente QUEREM melhorar são aqueles que mais melhoram, ou aqueles que, pelo menos, tornam o processo de melhora menos sofrido, com menos desgaste. Não há dúvida sobre o papel da mente na melhora das doenças do corpo, por mais anatômicas, biológicas e de carne e osso que elas possam ser.

Por fim, encerro essas ideias com, para mim, o maior exemplo de superação de 2020, que para quem não conhece, vale uma pesquisa rápida no Google. Ano passado foi o ano em que Chris Nikic se tornou o primeiro atleta com síndrome de Down a completar um Full Ironman. Uma história linda, cheia de detalhes inspiradores.

Nada é impossível, meus caros leitores.