Meu Tendão de Aquiles dói, e agora? Preciso operar?

Tendão é muito ativado, responsável por transmitir força da musculatura das panturrilhas aos pés, no movimento de flexão do tornozelo. E cobra caro por isso

Pixnio
(foto: Pixnio)

A região posterior (de trás) do calcanhar é um local frequente de dor. Essa região, frequentemente denominada no meio popular como esporão superior é uma área muito importante, pois serve de inserção (local de conexão) do tendão mais forte do corpo: o tendão Calcâneo ou tendão de Aquiles.

Esse tendão é muito ativado durante o dia-a-dia, pois é responsável por transmitir as forças da musculatura das panturrilhas aos pés, realizando o movimento de flexão do tornozelo. Esse movimento é o que nos dá impulsão para caminhar, correr e saltar, fazendo com que esse complexo também seja conhecido como a “mola da perna”.

Tanta importância não poderia deixar de cobrar sua conta. Tamanha transmissão de força gera na área de contato do tendão com o calcanhar (sua êntese) um processo de degeneração e remodelação contínua, que pode começar com um processo inflamatório, perda da qualidade das fibras do tendão, evoluindo com microrrupturas e ossificação do tendão nos últimos estágios. O que os pacientes sentem ao longo desse processo é dor e até mesmo incapacidade para andar.

O nome desse processo é Tendinopatia do Aquiles, que pode ocorrer na área de contato com o calcanhar, sendo assim chamada de Insercional ou em uma região mais alta, sendo chamada de não insercional. A condição afeta tanto mulheres como homens, normalmente ativos, e é muito comum em corredores. Cuidar dessa doença é muito importante, pois um tendão degenerado pode predispor a rupturas do Tendão de Aquiles.

Inúmeros tratamentos estão disponíveis para essas dores no calcanhar. Inicialmente o tratamento conservador ou não cirúrgico é o escolhido, e envolve fisioterapia, priorizando o fortalecimento excêntrico (alongando) do tendão e outras técnicas fisioterápicas para controle da dor. Tipo de calçado, tipo de passada na corrida, balanço muscular global também são fatores a serem analisados. As ondas de choque também têm relevância no tratamento dessa lesão, sendo bem estudada principalmente para a Tendinopatia Insercional.

Quando tudo isso falha, ainda há esperança. Hoje já existem cirurgias modernas que possibilitam o tratamento da lesão, recuperação do tendão, reabilitação funcional e retorno às atividades, possibilitando aos pacientes a melhora da dor e da qualidade de vida. Obviamente, existem várias técnicas disponíveis e só um ortopedista capacitado ou especialista em pé e tornozelo pode orientar e indicar a melhor conduta.

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