Estatina para doenças hepática crônica e cardiovascular aterosclerótica

Estudo comprova que o uso de estatina de alta potência associou-se com a redução no risco de mortalidade por todas as causas

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Em um estudo de coorte (são estudos observacionais de cunho epidemiológico que se propõem a observar, em uma população previamente definida, qual será a incidência de determinada doença), os autores avaliaram a associação entre a intensidade da estatina e a mortalidade em 10.442 pacientes com doença hepática crônica e doença cardiovascular aterosclerótica.

Os desfechos clínicos e a sobrevida foram avaliados durante um seguimento médio de 3 pessoas /anos. Entre os pacientes participantes, 5.515 (52,8%) recebiam estatinas de alta potência de baixar o colesterol e 4.927 (47,2%) recebiam estatinas de baixa a moderada intensidade, ao contrário do primeiro grupo.

O uso de estatina de alta potência associou-se com a redução no risco de mortalidade por todas as causas, redução de mortalidade cardiovascular e redução de 28% de mortalidade por causas hepáticas, comparado ao uso de estatina de baixa a moderada intensidade.

Os autores concluíram que, em pacientes com doença hepática crônica e doença cardiovascular aterosclerótica associada, o uso de estatinas de alta potência associou-se significativamente com um menor risco de mortalidade. Esses achados apoiam as recomendações de diretrizes quanto ao uso de estatinas em pacientes com doença hepática crônica, demonstrando o benefício potencial do uso de intensidade ideal.

Esse artigo vai de encontro às nossas ideias. Sempre achamos que as estatinas são muito seguras, e principalmente muito seguras no que tange ao perfil hepático, assunto muito combatido por leigos que acham que as estatinas causam prejuízo na função do fígado.

Referência: Bea S et al. High-Intensity Statin Reduces the Risk of Mortality Among Chronic Liver Disease Patients With Atherosclerotic Cardiovascular Disease: A Population-Based Cohort Study. JAHA. 2023 DOI:10.1161.