Nestes tempos de isolamento, restrição domiciliar e risco de contaminação pala COVID-19, o uso e aprovação da telemedicina movimentou o meio médico e social.
Esta é realmente uma ferramenta do futuro?
Sempre achei que o diferencial do médico era poder escutar, examinar, entender e passar confiança para aqueles que nos procuram. Nunca achei que seria possivel realizar consulta médica por telefone.
Há alguns meses, a equipe de ortopedia do Special Surgery de Nova York foi recomendada pelo próprio hospital a realizar os retornos cirúrgicos ortopédicos por telemedicina. Os profissionais orientavam os pacientes por chamadas de vídeo sobre como trocar os próprios curativos e como evoluir com seu pós-operatório. Imaginem só, você mesmo se examinando e cuidando de toda a sua evolução pós operatória? Muito dificil, né?
Realizei uma consulta por telemedicia há alguns dias e, apesar de ter conseguido resolver a demanda, a situação não é de forma nenhuma confortável. Pedir à acompanhante da paciente para pressionar o local solicitado, filmar uma posição específica para um exame físico, olhar exames de imagem por meio de aplicativos ou por foto e até mesmo escutar ruídos locais por áudios, foi complexo! Não acredito que na especilidade ortopédica essa forma de cuidado médico seja efetiva e eficiente. Precisamos usar as mãos, ouvir e decidir o melhor caminho.
Qual o objetivo de aprendermos tantas manobras de exames fisicos, entender todos os seus desfeixos relacionados e chegar ao diagnóstico preciso se não conseguimos executá-las de forma remota? Mas não é só de dificuldades que esta tecnologia tão interresante vive.
Com toda certeza esta ferramenta será valiosa para o acompanhamento de pacientes que necessitem de orientações simples, para ajudar a decidir quando buscar uma ajuda médica em um centro de referência mais robusto ou até mesmo para alertar sobre alergias e decisões sobre reabiltação e exercícios. Há também uma possível diminuição do tempo de retorno de um especialista, que este pode enviar suas respostas por videoconferência.
Outra forma interessante de sua utilização é a possibilidade de acompanhar procedimentos e cirurgias em tempo real para difundir conhecimento, conhecer as técnicas mais inovadoras e dividir opiniões com mais de um especialista.
A videoconferência também pode ajudar o acesso a especialistas renomados para discussão das condições clínicas dos pacientes e permitir obter um melhor resultado no diagnóstico e um parecer para uma boa tomada de decisões.
Futuro? Ainda não sabemos, mas os cuidados presenciais, uma boa conversa e uma solução compartilhada entre o médico e o paciente não podem desaparecer.
Se você tem dúvidas sobre o tema ou quer enviar sugestão de assunto pra coluna, envie email para danielbaumfeld@gmail.com
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