Restaurante Caê valoriza produtos locais e aposta na carne de porco

Recém-inaugurada no Carmo, casa é para aqueles que estão interessados tanto em entradinhas e drinks quanto em refeições completas

por Laura Valente 05/01/2018 08:29

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
O chef Caetano Sobrinho montou seu restaurante em ampla casa no Bairro do Carmo. (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Mal abriu as portas, em 14 de dezembro, e o Caê já entrou no radar da turma que gosta de confraternizar depois do expediente. Isso porque o projeto solo do chef Caetano Sobrinho agrega no mesmo espaço dois estilos de happy-hour. Agrada tanto aos interessados em entradinhas e bons drinques quanto a quem procura refeição completa.

“No lugar de mirabolâncias, aposto na comida simples e bem-feita, um cardápio comercial para diferentes gostos. É uma proposta extremamente descomplicada e sem frescura: meio restaurante, meio bar, para qualquer dia e qualquer roupa. A pessoa pode vir só para tomar cerveja e petiscar ou para jantar”, convida o chef.

O “cardápio enxuto”, como ele diz, privilegia a culinária brasileira de sotaque regional, incrementada com pitadas internacionais e releituras. Há de bacalhau a rabada. “Cerca de 90% dos ingredientes vêm de pequenos produtores locais”, orgulha-se. “Faço questão de dar oportunidade para gente nova, deixo um quadro negro para que se apresentem, incluindo produtores de cervejas artesanais”, avisa o chef. A ideia é abrir as portas a possíveis parceiros.


EMBUTIDOS As opções para compartilhar incluem clássicos como o torresmo de barriga pururucado com mandioca cozida na manteiga e vinagrete de tomate e limão-cravo, que serve até três pessoas (R$ 44). Outra pedida é a porção de ovo caipira frito com gema mole, linguiça artesanal, cebolinha baby e pão artesanal da boulangerie Du Pain (R$ 36). Poucos produtos vêm de fora, caso do palmito pupunha braseado e dos peixes marinhos servidos no ceviche.

Caetano valoriza queijos artesanais mineiros. “Diariamente, ofereço uma seleção em que destaco preciosidades como o parmesão do Osvaldinho (de Alagoa), a produção do Vivaldo (Canastra) e o queijo do Serro do produtor Taco, entre outros. Todos curados, com degustação após 90, 100 dias de cura”, explica. As lascas são servidas com prova dos embutidos fabricados por ele, como porchetta e terrine de galinha caipira, além de pães e maçã caramelizada (R$ 47).

Há cervejas e doses, além dos drinques criados por Tiago Santos, da Soliquid: moscow mule com xarope de pepino (R$ 20), coquetel com Aperol (R$ 55 a jarra de 1 litro; R$ 18 a taça) e gim-tônica com limão-capeta (R$ 22).

Entre os pratos individuais, Caetano propõe o fideuá de galinha caipira com aioli (R$ 47); receitas tradicionais, a exemplo do bobó de camarão; e destaca o sotaque mineirinho, caso da panturrilha suína assada com arroz cozido no caldo (R$ 50).

“Gosto de valorizar a carne de porco, desmistificar preconceitos. Então, aposto em cortes suínos em cinco ou seis pratos, todos com o ingrediente fresquíssimo”, explica o chef. Ele também trabalha com cortes bovinos – filé, bife ancho, chorizo e rabada –, além de peixes, bacalhau e pratos vegetarianos. Entre as sobremesas está a queca com especiarias e frutas secas.

“Não quero ingredientes sofisticados demais, que me obriguem a cobrar mais de R$ 80 por um prato, pois não estou a fim de nada muito caro. Nossa ideia é sempre oferecer bom custo e ótimo benefício”, afirma.

Essa estratégia vem de um profissional experiente. Caetano Sobrinho já foi instrutor do Senac; fez estágio na Itália, em casa estrelada no Guia Michelin; e comandou, por sete anos, a cozinha do restaurante belo-horizontino A Favorita.

CAÊ
Rua Outono, 314, Carmo. (31) 2528-2244. Funciona de terça a sexta-feira, das 18h à meia-noite; sábado, das 12h à meia-noite; e domingo, das 12h às 17h.

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