Paris Hilton revela abusos e traumas sobre época em que viveu em internato

Socialite americana participa dos protestos que pedem uma legislação federal contra o abuso infantil institucional

Muka Oliveira 11/05/2022 16:22
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Paris Hilton protesta contra o o abuso infantil institucional no tribunal (foto: Reprodução)


A socialite Paris Hilton, de 41 anos, relembrou os traumas e abusos que sofreu durante a sua adolescência, depois de ser mandada para um internato pelos seus pais, aos 16 anos. Em entrevista ao USA Today, Paris relatou que seus familiares acreditavam que só uma instituição com rigidez poderia curar o seu déficit de atenção.

 

“Aos 16 anos, eu fui retirada da minha casa no meio da noite e passei quase dois anos numa série de internatos de tratamento. Meus pais haviam sido enganados para acreditarem que meu transtorno de déficit de atenção seria curado com um ‘pulso firme’”, contou a socialite em seu depoimento.

 

Com a polêmica contra a violência institucional infantil, que ocorre nesta semana nos Estados Unidos, Paris afirma que quer usar a sua voz para alertar adolescentes e pais sobre os abusos físicos e psicológicos que acontecem nestas instituições.

 

“Falar sobre isso exige toda a minha coragem, mas não posso ficar parada sabendo que crianças de até 8 anos estão sendo mantidas nesses programas para ‘adolescentes problemáticos’ por pais que não sabem o que se passa lá, e por órgãos do governo que não se importam.”, apontou.

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Paris Hilton em clique durante a sua adolescência (foto: Reprodução/Instagram)

Em seu relato, Paris também afirma que era acordada de maneira bruta pelos funcionários do internato, e que constantemente era dopada por remédios, fazendo com que ela perdesse a noção da realidade.

“Repetidamente, eu fui acordada por funcionários que colocavam uma lanterna no meu rosto, me tiravam da cama e me mandavam ficar quieta enquanto me levavam à ‘sala de exames’”, relembrou.

“Em privação de sono e dopada com remédios, eu não sabia o que estava acontecendo. Me obrigavam a deitar numa maca, abrir minhas pernas e passar por exames ginecológicos. Eu me lembro de chorar enquanto me seguravam. Eu dizia ‘não’ e perguntava o motivo, mas eles só diziam: ‘Cale a boca, fique quieta, pare de lutar ou você vai para a sala de observação’.”, contou ela.

Na última semana, Paris também participou dos protestos contra o abuso infantil institucional, ficando em uma 'solitária' de vidro no meio de uma avenida, exigindo uma legislação federal que não permita mais internatos educativos no país.