As fraturas do tornozelo são sempre simples?

O diagnóstico adequado da fratura do tornozelo é fundamental para determinar a extensão e a gravidade da lesão

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A fratura do tornozelo é uma lesão comum que pode variar em complexidade e gravidade, sendo classificada de acordo com a extensão dos danos ao osso e às estruturas circundantes. O tornozelo é uma região anatômica crítica, composta por três ossos principais: a tíbia (osso da canela), a fíbula (osso da parte externa da perna) e o tálus (osso do pé). Uma fratura pode envolver um ou mais desses ossos, bem como as articulações que os unem, e pode ser classificada como simples ou complexa, dependendo dos fatores envolvidos.

As fraturas simples do tornozelo ocorrem quando apenas um dos ossos é afetado, sem envolvimento significativo dos ligamentos e tendões circundantes. Essas fraturas geralmente ocorrem em decorrência de lesões traumáticas, como torções fortes, quedas ou impactos diretos. Embora consideradas menos graves em comparação com as fraturas complexas, ainda exigem cuidados médicos adequados para garantir uma recuperação completa e evitar complicações a longo prazo.

No entanto, nem todas as fraturas do tornozelo são simples. Uma fratura pode ser considerada complexa quando há danos mais extensos aos ossos e outras estruturas adjacentes, como ligamentos, tendões, cartilagens e tecidos moles. Fraturas complexas podem ocorrer devido a lesões de alto impacto, como acidentes automobilísticos, quedas de altura significativa ou outros traumas severos. Nesses casos, além da fratura propriamente dita, os fragmentos ósseos podem estar desalinhados (fratura desviada), o que requer intervenção cirúrgica para realinhar os ossos corretamente.

As fraturas do tornozelo também podem ser classificadas como fechadas ou expostas. Nas fraturas fechadas, o osso quebrado permanece dentro da pele, enquanto nas fraturas expostas, o osso perfura a pele, aumentando o risco de infecção e tornando o processo de cicatrização mais complexo. Fraturas expostas exigem tratamento imediato e minucioso, geralmente envolvendo procedimentos cirúrgicos e cuidados adicionais para prevenir infecções.

O diagnóstico adequado da fratura do tornozelo é fundamental para determinar a extensão e a gravidade da lesão. Radiografias são essenciais e, em alguns casos, exames de imagem mais avançados também, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para avaliar detalhadamente os danos ósseos e estruturais.

O tratamento da fratura do tornozelo varia de acordo com a sua complexidade. Fraturas simples podem ser tratadas com repouso, imobilização com bota ortopédica e acompanhamento médico para garantir a correta consolidação. Já as fraturas complexas podem exigir cirurgia para redução aberta e fixação interna (RAFI) ou outros procedimentos cirúrgicos, seguidos de fisioterapia para auxiliar na recuperação da mobilidade e força após a consolidação óssea.

Independentemente da classificação, o cuidado médico adequado e o seguimento das orientações profissionais são fundamentais para uma recuperação satisfatória após uma fratura do tornozelo. A reabilitação com um fisioterapeuta é crucial para restaurar a função do tornozelo, melhorar a amplitude de movimento e fortalecer os músculos ao redor da articulação. O paciente deve seguir todas as instruções médicas e evitar a sobrecarga do tornozelo durante o período de recuperação.