É possível voltar a correr somente 30 dias após uma fratura no pé?

Cada caso segue fatores pessoais muito relevantes e cada corpo responde de uma maneira ao tratamento; veja exemplo na prática do consultório médico

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Em alguns casos específicos o retorno ao esporte pode ser abreviado e o acompanhamento de perto pode possibilitar o retorno a corrida antes do que se imagina (foto: Reprodução/Freepik)
A primeira resposta que a maioria dos ortopedistas daria a essa pergunta de bate e pronto seria "não", risos. Entretanto, não se desanime, meu caro corredor leitor ou leitor corredor, em alguns casos específicos o retorno ao esporte pode ser abreviado e o acompanhamento de perto pode possibilitar o retorno a corrida antes do que se imagina.


Explico isso para vocês aqui agora de forma detalhada: um osso quando quebra precisa de tempo para recuperar. De forma geral, com quatro semanas as fraturas já exibem calo mole (não calcificado) e progressivamente se calcificam, já exibindo sinais de consolidação (calo ósseo) na sexta semana após a fratura. Baseado nisso, é de se pensar então que um calo mole, na maioria das vezes, não suportaria a carga imposta aos ossos pela corrida.

Mas veja, o princípio maior da medicina, e isso em qualquer especialidade, é tratar o paciente e não a doença ou o exame. Nesse sentido, o tempo de retorno ao esporte depende de vários fatores associados àquele indivíduo específico que sofreu aquela fratura como: estado metabólico, sensibilidade à dor, motivação, aderência ao tratamento, entre outros. Além disso, alguns dispositivos que aceleram a consolidação óssea podem propiciar um retorno mais precoce às ruas, como é o caso do ultrassom estacionário e da terapia por ondas de choque.

Compartilho aqui a título de ilustração um caso recente de um paciente que está retornando a corrida antes do esperado. O mesmo teve uma fratura do quinto metatarso, com desvio, que foi tratada de maneira conservadora (sem cirurgia) e com tratamento funcional (pisando no chão com auxílio de um palmilha de fibra de carbono). O mesmo iniciou precocemente ultrassom estacionário e terapia por ondas de choque e agora, com 4 semanas de evolução, já retornou a corrida (4km, pace 5:50) sem desconforto.

Óbvio que o exemplo dele segue fatores pessoais muito relevantes, sendo o principal a meu ver a motivação, e nem todos que sofrem desse tipo de fratura podem evoluir tão bem se fizerem o mesmo que ele fez, afinal, cada corpo responde de uma maneira ao tratamento.

Na dúvida, procure sempre seu Ortopedista de confiança e cuide dos seus pés, são eles que te levam cada vez mais longe!