Como a inteligência artificial está ajudando a medicina do sono

Dados eletrofisiológicos coletados durante a polissonografia são bem configurados para análises aprimoradas e resultam em diagnósticos mais precisos

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(foto: Wikipedia )

A inteligência artificial (IA) tem o potencial de melhorar a eficiência e a precisão na medicina do sono, resultando em um atendimento mais centrado no paciente e em melhores resultados, de acordo com um novo posicionamento oficial da Academia Americana de Medicina do Sono (AASM).

Publicada on-line como um artigo no Journal of Clinical Sleep Medicine, o posicionamento oficial foi desenvolvido pelo Comitê de Inteligência Artificial da AASM em Medicina do Sono. De acordo com o documento, os dados eletrofisiológicos coletados durante a polissonografia, o tipo mais abrangente de estudo do sono disponível, estão bem configurados para análises aprimoradas por meio de IA e aprendizado assistido por máquina (machine learning).

Quando pensamos em IA na medicina do sono, o uso mais óbvio é o estagiamento das fases do sono e marcação dos eventos associados, em especial os respiratórios. Sua maior implementação simplificaria os processos dos laboratórios do sono e liberaria o tempo do médico especialista em sono para atendimento direto ao paciente.

Devido à grande quantidade de dados coletados pelos centros de sono, a IA e o aprendizado de máquina (machine learning) podem avançar no cuidado com o sono, resultando em diagnósticos mais precisos, previsão de prognóstico de doenças e tratamentos, caracterização de subtipos de doenças, precisão na pontuação do sono e otimização e personalização dos tratamentos dos distúrbios do sono. A IA poderia ser usada para automatizar a pontuação do sono enquanto identifica informações adicionais a partir dos dados do sono.

A IA poderia nos permitir obter informações mais significativas dos estudos do sono, uma vez que nossas métricas atuais mais utilizadas, por exemplo, o índice de apneia-hipopneia (IAH), não são preditivas dos resultados de saúde e qualidade de vida que são importantes para os pacientes.

 

Além disso, a IA pode nos ajudar a entender os mecanismos subjacentes à apneia obstrutiva do sono, para que possamos selecionar o tratamento certo para o paciente certo, na hora certa, em oposição às abordagens de “um tamanho veste todos”, ou seja, um tratamento se aplica a todos os casos.

Considerações importantes para a integração da IA %u200B%u200Bna prática de medicina do sono incluem transparência e divulgação, teste de novos dados e integração de laboratórios, além de auxilio aos centros de sono na avaliação do desempenho de softwares baseados em IA.


As ferramentas de inteligência artificial são uma grande promessa para a medicina em geral. Devemos interagir com a indústria de uma maneira que promova o uso seguro e eficaz de programas de computação de IA para beneficiar nossos pacientes. Essas ferramentas só podem beneficiar pacientes se usadas com supervisão cuidadosa.

 

Se você tem dúvidas ou sugestão de pautas, envie para silviomusman@yahoo.com.br

 

Dr.Silvio Musman – médico especialista em pneumologia, medicina do exercício e dos sono