Videogames de realidade virtual ajudam pacientes a ficar de pé e andar novamente

Teste mundial incluiu ainda outros dispositivos digitais, como pulseiras inteligentes que rastreiam atividades físicas, e apontou os preferidos pelos participantes

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(foto: PxHere)

Os videogames de realidade virtual, os monitores de atividades e os dispositivos portáteis de computador podem ajudar as pessoas a ficar de pé e a andar, foi o que mostrou o maior teste mundial sobre os efeitos dos dispositivos digitais na reabilitação.

Os participantes usaram, em média, quatro dispositivos diferentes enquanto estavam no hospital e dois dispositivos diferentes quando estavam em casa.

 

O Fitbits (pulseira inteligente que rastreia atividade física) foi o dispositivo digital mais usado, mas também foram testados tanto no hospital como em casa um conjunto de dispositivos como Xbox, Wii e iPads, tornando os exercícios mais interativos e permitindo a conexão remota com o fisioterapeuta.

Os participantes do estudo estavam se recuperando de derrame cerebral, lesões cerebrais, quedas e fraturas. O estudo foi realizado em hospitais de Sydney e Adelaide e teve 300 participantes entre 18 e 101 anos de idade.

Aqueles que se exercitaram usando dispositivos digitais, além de sua reabilitação habitual, tiveram melhor mobilidade (caminhada, pé e equilíbrio) após três semanas a seis meses.

O estudo não é apenas o maior (outros estudos semelhantes foram pequenos, com metade dos estudos realizados em reabilitação de AVC com menos de 25 participantes), mas também foi abrangente, pois incluiu uma variedade de dispositivos. Além disso, o tipo de dispositivo digital para cada participante foi escolhido para melhor atender aos problemas de locomoção e estabilidade do paciente, além de levar em consideração suas preferências e os objetivos da reabilitação.

A autora principal, Dra. Leanne Hassett, da Universidade de Sydney, disse que os benefícios relatados pelos pacientes que usam os dispositivos digitais em reabilitação incluem variedade, diversão, feedback sobre desempenho, desafio cognitivo, além de possibilitar exercícios adicionais e potencial para uso em outras pessoas (por exemplo, família, terapeutas).

"Esses benefícios significam que os pacientes têm maior probabilidade de continuar sua terapia quando e onde lhes convier, com a assistência de cuidados de saúde digitais", disse a Dra. Hassett, da Faculdade de Medicina e Saúde.

"Os participantes adoravam o Fitbits; uma mulher exigia colocá-lo no meio da noite antes de ir ao banheiro, para garantir que todos os seus passos fossem contados", disse o Dr. Hassett.

Este modelo de terapia de reabilitação provou ser viável e agradável, e demonstrou que pode ser usado em diferentes contextos de atendimento, como na reabilitação pós-hospitalar, com apoio remoto do fisioterapeuta.

O estudo mostra que os futuros modelos de reabilitação física devem considerar a inclusão de dispositivos digitais para melhorar a reabilitação hospitalar e pós-hospitalar.

Os dispositivos digitais incluíam videogames de realidade virtual, monitores de atividades e dispositivos portáteis de computador, com o objetivo de permitir uma dose crescente de terapia.

Fisioterapeutas trabalharam com os participantes para escolher os dispositivos mais adequados para cada indivíduo. Os dispositivos foram utilizados quando os participantes estavam no hospital e depois que voltaram para casa.

 

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Dr.Silvio Musman – médico especialista em pneumologia, medicina do exercício e do sono.