Coronavírus: confinamento e TPM, pode haver coisa pior?

80% das mulheres em idade reprodutiva têm o distúrbio; saiba como atenuar os sintomas

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(foto: Pexels)
                         

Diante da crise mundial e do isolamento social instituído pela COVID-19, tenho observado que os ânimos estão por um fio.  E como o nosso assunto é sobre saúde da mulher, nada mais lógico e ligado ao tema de ânimos à flor da pele do que conversarmos sobre a tensão pré-menstrual (TPM)

 

Também conhecida como Distúrbio Disfórico Pré-menstrual (DDPM) e já conhecida desde 2000 a.c., foi descrita por Hipócrates como tremores, visão turva e depressão em mulheres no período pré-menstrual. Inclui sintomas emocionais, comportamentais e físicos que ocorrem por vários dias ou semanas antes da menstruação, desaparecem durante a menstruação e são capazes de causar transtornos sociais, familiares e no trabalho.  A possibilidade de conflitos conjugais, agressividade dirigida a filhos, colegas e amigos resulta em atos injustos e pode acarretar sérios prejuízos psicológicos, familiares, sociais e profissionais. 

 

 

Aproximadamente 80% das mulheres em idade reprodutiva são acometidas com sintomas que podem variar de leves a graves. Mais de 300 sintomas têm sido descritos e podem variar de intensidade de pessoa para pessoa e conforme a fase da vida.

Se você tem pelo menos cinco dos seguintes sintomas na maioria dos ciclos menstruais no último ano muito provavelmente você tem o DDPM:

- Intensa labilidade afetiva (choro, tristeza);
- Raiva ou irritabilidade persistente e intensa ou aumento de conflitos interpessoais, diminuição do interesse e das atividades habituais:

- Cansaço fácil ou falta de energia;

- dificuldade de concentração;
- falta significativa de controle;
- sensação de impotência/sufocamento;
- alteração do apetite, bulimia e interesse por alimentos especiais (sal, chocolate, hidratos de carbono em geral);
- sonolência ou insônia;
- dores de cabeça;
- dores musculares;

- distensão abdominal;
- dores nas mamas;
- sensação de inchaço

 

Mulheres com histórico de TPM apresentam índices maiores de depressão pós-parto, ansiedade, distúrbio do pânico e depressão. 

 

O tratamento inicial inclui terapia psicológica, exercícios aeróbicos, modificações na dieta, mudanças ambientais e relaxamento.

A diminuição da ingestão de doces, chocolate, sal e carne vermelha principalmente na segunda metade do ciclo menstrual pode ajudar. Bebidas alcoólicas e as que contêm metilxantinas (chá, café e bebidas de cola) devem ser evitadas. 

 

Se as intervenções no estilo de vida não forem eficazes, o tratamento medicamentoso é indicado e inclui antidepressivos, ansiolíticos e às vezes diuréticos. A supressão da ovulação com uso de anticoncepcionais hormonais é altamente eficaz no tratamento da TPM. 

 

Mulheres, podem ficar tranquilas. A TPM é uma coisa real e não é nenhuma invenção! Com certeza deve haver coisa tão pior quanto confinamento e TPM e só nos resta torcer para acabar logo essa pandemia e todos voltarmos à vida normal. 

 

Boa sorte!

 

Se você tem dúvidas ou sugestão de temas, mande pra mim: marcoszagury@hotmail.com