Escore de cálcio como melhor indicador da necessidade do uso de estatinas

Escores de cálcio coronário (CAC) se mostraram mais precisos em estudos de comparação com escores de risco para pacientes de prevenção primária

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Estudo comparou análises de escores de cálcio coronário (CAC) com escores de risco para indicação da necessidade do uso de estatinas em pacientes de prevenção primária (foto: Reprodução/Pixabay)
Como é sabido, hoje a medida do escore de cálcio é um importante dado clínico na avaliação da doença coronária. Alguns autores compararam o papel do CAC, com os escores de risco, esses são tabelas que conseguem predizer o risco de doença cardíaca futura usualmente utilizados no consultório, como base para se iniciar o tratamento com estatinas em pacientes de prevenção primária (pacientes que nunca tiveram um evento cardiovascular).

Esse estudo incluiu 601 pacientes sem doença cardiovascular, sem diabetes, ou uso prévio de estatinas que foram alocados para CAC (302 pacientes) através de uma angiotomografia, ou alocados para escores de risco (299 pacientes) como base para a indicação do uso de estatinas.

Como objetivo primário (objetivo principal), o estudo comparou a proporção de pacientes recomendados para estatina e a adesão ao tratamento após um ano, entre os grupos CAC e escores de cálcio. Efeitos adversos e níveis de LDL-C foram documentados.

Do total, 540 pacientes se submeteram a todos os testes iniciais e receberam as recomendações com base no protocolo do estudo. Estatinas foram recomendadas em 101 pacientes (35,9%) do grupo CAC, e 124 (47,9%) do grupo escores de risco.

Comparados àqueles que foram recomendados através dos escores de risco, os pacientes CAC, foram reclassificados de estatinas para não
estatinas em 36%, enquanto de não estatinas para estatinas em 5,6% dos casos, resultando em uma reclassificação total de 20,6%.

Os médicos aceitaram a recomendação de se iniciar estatina em 88,1% dos casos guiados pelo CAC, versus 75% dos casos pelos escores de risco. A adesão dos pacientes ao tratamento aos três meses foi de 62,2% versus 42,2% respectivamente. Após um ano , a adesão continuou superior, os níveis de LDL-C, mais baixos e os custos estimados similares ou reduzidos nos pacientes CAC. Poucos eventos adversos foram relatados.

Os autores concluíram que o CAC, pode ser um guia mais eficiente, personalizado, custo-efetivo, e motivador da adesão da estratégia de se
iniciar o uso de estatinas em pacientes de prevenção primária.

Referencia: Muhlestein JB et al. Coronary Artery Calcium Versus Pooled Cohort Equations Score for Primary Prevention Guidance: Randomized
Feasibility Trial. JACC Cardiovascular Imaging.2021 DOI :10.1016/j.jcmg2021.11.006.