Escore de cálcio coronário e mortalidade cardiovascular

Escore dá importantes detalhes sobre a anatomia dos vasos

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O escore de cálcio coronário, é comumente utilizado para quantificar o risco cardiovascular. Diretrizes classificam o escore de cálcio coronário acima de 400, como o grupo de maior risco. A análise do escore de cálcio coronário é comumente feito pela angiotomografia coronária e nos dá importantes detalhes sobre a anatomia dos vasos coronários e a quantidade de cálcio depositado nesses vasos. Importante salientar que, de forma alguma essa modalidade de exame substitui o cateterismo cardíaco que é o padrão habitual de se estudar a anatomia coronária e ver as suas obstruções em detalhes.
Os autores investigaram os dados demográficos, as características das imagens, bem como o risco de mortalidade por todas as causas e por causas cardiovasculares em pacientes com escore de cálcio coronário superior a 1.000.

Foram incluídos um total de 66.636 adultos assintomáticos do grupo de estudo clínico escore de cálcio, chamado (CONSORTIUM), que foram acompanhados por um período médio de 12,3 anos, e os resultados eram, infarto agudo do miocárdio, angina, câncer e também mortalidade por todas as causas. As análises compararam os riscos dos indivíduos com escore de cálcio coronário maior que 1.000, com aqueles de escore de cálcio coronário de zero, e os de escore de cálcio coronário ente 400 e 999.

Foram identificados 2.869 pacientes com escore de cálcio coronário maior que 1.000,sendo que 86% eram homens, média de idade de 66.3 anos.

A maioria dos pacientes com escore de cálcio coronário acima de 1.000, quando comparados aos com escore de cálcio entre 400 e 999, apresentavam, em média, cálcio coronário, em 3,5 vasos, maior área total de escore de cálcio coronário e mais cálcio extracoronário, (79% com cálcio na artéria mamária ,46% com cálcio na valva aórtica, e 21% com cálcio na valva mitral).

Após ajustes, os pacientes com escore de cálcio acima de 1.000, apresentaram maior risco para doença cardiovascular, para doença coronária, para câncer, e para mortalidade para todas as causas, quando comparados àqueles com escore de cálcio coronário de zero e também para os pacientes com escore de cálcio entre 400 e 999.

Os autores concluíram, que pacientes com escore de cálcio coronário acima de 1.000,representam um grupo de muito alto risco cardiovascular com desfechos de mortalidade proporcionais aos pacientes de alto risco que já passaram por um evento cardiovascular, como infarto miocárdio ou acidente vascular cerebral.

Futuras diretrizes das sociedades de cardiologia, deverão considerar pacientes com escore de cálcio coronário acima de 1.000,como um grupo que pode se beneficiar de terapia preventiva bem mais agressiva.