A sensação persistente de fadiga relacionada ao câncer; saiba o que fazer

Entenda como este sintoma tão frequente pode prejudicar a qualidade de vida do paciente oncológico

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(foto: Flickr)

Embora tenham objetivos de aliviar sintomas e, em alguns casos até curar um câncer, tratamentos como quimioterapia e radioterapia podem apresentar vários efeitos colaterais.

A frequência e a intensidade destes efeitos variam de acordo com o tipo/estágio do câncer, tratamento indicado e características do próprio paciente (idade, sexo e outros problemas de saúde). 

A fadiga relacionada ao câncer é uma sensação persistente de cansaço ou exaustão, podendo ser efeito colateral do tratamento ou causada pelo próprio câncer. Ela pode afetar o dia a dia do paciente, tendo impacto negativo em suas relações familiares, de trabalho e até no andamento do tratamento. A fadiga é um dos sintomas mais prevalentes em pacientes com câncer, podendo ser relatada por até 90% dos pacientes durante o curso da doença ou do seu tratamento, impactando na qualidade de vida. 

Uma abordagem ampla deve considerar outras condições que poderiam estar contribuindo para a fadiga, como: anemia, falta de sais minerais, insuficiência renal, insuficiência cardíaca, desnutrição e até mesmo depressão. Caso identificadas, estas condições deveriam ser prontamente abordadas. Se não for identificado nenhum um fator físico ou psicológico como causa para a fadiga que não seja o câncer ou seu tratamento, deve-se traçar um plano para amenizar este sintoma.

A primeira e mais eficaz medida tanto para prevenção quanto para tratamento da fadiga é a atividade física, preferencialmente supervisionada por profissional habilitado. Manter regularidade na prática é imprescindível, pois bons resultados demandam um envolvimento constante. Para um indivíduo sedentário, iniciar com pequenas caminhadas e alongamentos diários já é bom começo. Contar com o apoio e até mesmo companhia de uma familiar pode auxiliar na adoção desta hábito. Acupuntura e técnicas de massoterapia também podem ser aliadas no combate à fadiga.

Dentre os tratamentos medicamentosos, há muito mais controvérsias do que terapias bem estabelecidas. Podemos citar o uso de Guaraná (Paullinia cupana), que tem-se mostrado uma opção promissora, com efeitos benéficos no tratamento da fadiga física e mental relacionada ao câncer. Pode ser uma opção interessante, mas ainda há dúvidas a respeito da melhor dosagem e como administrar o suplemento. 

A abordagem da fadiga deve ser oferecida de forma  multimodal e multidisciplinar, com participação do médico, enfermeiro, psicólogo, fisioterapeuta e educador físico, individualizando as possibilidades e preferências do paciente mas sempre objetivando promover melhora em sua qualidade de vida. 

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