Salões retomam a antiga técnica da velaterapia para eliminar pontas duplas sem diminuir o comprimento

Técnica surgiu nos anos 1940 e voltou a ganhar fama nos últimos anos

por Revista do CB 29/01/2015 15:00

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Livrar-se das pontas duplas ou manter o comprimento dos fios? Esse é um dilema para quem está cultivando cabelos longos. É possível evitar ou disfarçar o problema, mas a solução definitiva é apenas uma: retirar as partes danificadas. “A gente até brinca que a melhor vitamina para o cabelo é a ‘vitamina T’: a tesoura”, conta a tricologista e terapeuta capilar Nina Fachinetto. No entanto, existem técnicas que prometem resultados com pouco ou nenhum corte — é o caso da velaterapia.

Zuleika de Souza/CB/D.A Press
A ponta é a parte mais velha do cabelo e, portanto, a mais agredida (foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
Nesse tratamento, o cabelo é enrolado em pequenas mechas, e as pontas que se sobressaem são queimadas com a chama de uma vela. O método pode assustar à primeira vista, mas é seguro e eficaz quando realizado com os devidos cuidados. O profissional deve utilizar produtos para proteger os fios e manter o fogo a distância adequada para evitar danos.

A velaterapia surgiu nos anos 1940 e voltou a ganhar fama nos últimos anos, afirma a cabeleireira Gabriela Vasconcelos. Após o procedimento, ela realiza um tratamento para hidratar e nutrir a fibra capilar. “O calor ajuda a abrir as cutículas do cabelo, que recebe melhor os nutrientes”, explica a profissional.

A terapeuta capilar Andressa Gomes destaca que o procedimento não funciona para todos. “Não é indicado para cabelos curtos ou extremamente finos”, detalha. Ela também recomenda complementar o tratamento com o corte bordado. Nessa técnica, o corte é realizado minuciosamente ao longo dos fios, retirando apenas as partes danificadas, sem grandes alterações no comprimento.

A tricologista Nina Fachinetto ressalta que a ponta é a parte mais velha do cabelo e, portanto, a mais agredida. “As fibras se arrebentam porque estão desgastadas, devido ao vento, à poeira, ao uso de produtos químicos e ao calor excessivo”, esclarece. Ela pontua que um dos erros comuns é o uso de chapinha sem protetor térmico ou até com as mechas molhadas — o equipamento pode ultrapassar os 200ºC.

Outro hábito nocivo é retirar as pontas duplas com a mão, muitas vezes abrindo os fios e provocando um dano ainda maior. Dietas muito restritivas também são prejudiciais, pois afetam a oferta de nutrientes e provocam um aspecto opaco e fragilizado nas madeixas.

Na verdade, as pontas duplas são o nome popular da tricorrexe nodosa, que é o rompimento da parte externa da fibra capilar, a cutícula. Assim, as células da estrutura interna do fio, o córtex, ficam expostas e se dilatam, formando nódulos brancos quebradiços.

Esse desgaste pode ocorrer por vários fatores, como a exposição solar, o banho de mar e o uso inadequado de produtos para o cabelo. Os xampus antirresíduos, por exemplo, não podem ser usados com frequência, porque abrem as cutículas, que, depois, precisam ser fechadas adequadamente.

“O cabelo é uma parte muito resistente do nosso corpo, mas a gente não ajuda nem um pouco”, lamenta Nina Fachietto, que dá uma dica para melhorar a aparência das pontas: aplicar oléo de argan, de oliva ou de amêndoas e envolver o local em papel alumínio durante cerca de 30 minutos. Passar reparador de pontas também ajuda, pois o silicone tem função protetora. Por fim, existem abordagens mais sofisticadas, que envolvem, por exemplo, a reposição de aminoácidos.