MP irá investigar show de R$380 mil de Simone e Simaria em cidade pequena

Município de 11 mil habitantes terá mesmo valor destinado à educação fundamental no mês de junho

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MP irá investigar show de R$380 mil de Simone e Simaria em cidade pequena (foto: Reprodução/Internet)
 

A onda de investigações de altos cachês pagos para sertanejos em pequenas cidades chegou nas Coleguinhas Simone e Simaria, já que uma apresentação das irmãs que está marcada para o dia 15 de julho será investigada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. O evento da Festa da Gila e do Queijo Artesanal Serrano, em Bom Jesus, na Serra está com ingressos custando entre R$ 60 e R$ 250.



O que chamou atenção, no entanto, foi o valor de R$380 mil que seria destinado ao pagamento do show da dupla sertaneja em um município de 11,5 mil habitantes, segundo o IBGE. A quantia foi comparada por exemplo, ao montante que será destinado à educação fundamental da cidade no mês de junho, que ficará em torno de R$ 409 mil. O promotor responsável pelo caso é Raynner Sales de Meira, que não se manifestou sobre o assunto.

O Ministério Público afirmou apenas que "vai instaurar procedimento esta semana para apurar se houve irregularidade na contratação" enquanto que, a prefeitura de Bom Jesus argumentou que "o pagamento de tais shows não é retirado do orçamento municipal", já que os mesmos são custeados com a arrecadação da venda de ingressos.

Embora a apresentação ainda não tenha sido cancelada, isso já está acontecendo com outros artistas como por exemplo, Gusttavo Lima que teve eventos suspensos até as investigações apurem valores que chegam a ultrapassar R$1 milhão. Tudo começou quando Zé Neto fez uma declaração atacando a Lei Rouanet, de incentivo à Cultura, o que despertou interesse sobre o pagamento de verbas públicas para artistas sertanejos.

No Rio Grande do Sul, outra discussão foi levantada já que artistas regionais se queixam de poucas oportunidades em comparação com cantores já consolidados. O músico João Luiz Corrêa por exemplo, reclamou: "Demorou para acontecer essas cobranças da Justiça. Cobram ingresso caríssimo e o mais grave: a maioria desses eventos grandes, nem nos consultam. Levam o dinheiro do nosso estado enquanto aqui deixamos de gerar empregos".

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