Cantor sertanejo é condenado a 28 anos de prisão por estuprar enteada

Menina contou à mãe que foi violentada desde os 4 anos de idade, por cerca de 10 anos

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Cantor sertanejo é condenado a 28 anos de prisão por estuprar enteada (foto: Reprodução/Instagram)
 

Na última quarta-feira (25), o cantor sertanejo Rodolfo Santoro foi condenado a 28 anos, 5 meses e 6 dias de prisão por estuprar por cerca de dez anos sua enteada, que denunciou o crime aos 14 anos para sua mãe. Preso desde dezembro de 2021, o músico morava com a esposa, a enteada e um filho do casal, em Maceió (AL) e praticou os abusos desde que a menor tinha 4 anos. A decisão foi do juiz Ygor Vieira de Figueirêdo, da 14ª Vara Criminal da Capital.



Devido ao fato de o processo correr em segredo de Justiça, poucas informações detalhadas foram reveladas mas, a denúncia aconteceu depois de a jovem não aguentar mais sofrer violência sexual e decidir contar para sua mãe. “Segundo o que a mãe dela relatou para a polícia, ela não sabia que os abusos aconteciam, só descobriu agora, porque a adolescente não aguentava mais a situação e contou para ela”, esclareceu o chefe de operações.

Uma outra revelação chamou ainda mais atenção. De acordo com os depoimentos, a menina contou que deixava de comer na tentativa de ficar "magra e feia" para que o padrasto deixasse de sentir atração por ela. "Deixava de comer para ficar magra, para ficar feia e tentar afastá-lo", acrescentou o chefe de operações.

A defesa do cantor sertanejo não se pronunciou mas na época em que foi preso, ele acabou confessando o crime. Rodolfo Santoro é alagoano e fez parte de uma dupla sertaneja mas recentemente, há cerca de um ano, resolveu seguir carreira solo.

A denúncia feita é mais comum do que parece e o ambiente doméstico é um dos mais frequentes na recorrência de violência infantil. No ano passado, um estudo mapeado pela Unicef revelou que cerca de 100 crianças de até 14 anos são estupradas por dia no Brasil. Dados ainda revelaram que 86% dos autores de estupro eram conhecidos.

"A gente tem que lembrar sempre que o agressor de criança não é um desconhecido que aparece com uma faca numa rua escura. É ou um familiar ou uma pessoa do convívio",
ressaltou Daniela Pedroso, psicóloga especialista em violência sexual, que atua na área há 24 anos.

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