Scalene explora som pesado em novo disco, intitulado Labirinto

Lucas Furtado, Tomás e Gustavo Bertoni: a banda Scalene (foto: Wilmore Oliveira)

Depois do Respiro, uma aventura no Labirinto. O trocadilho com os nomes dos dois discos mais recentes da Scalene serve para falar de maneira objetiva o momento vivido pela banda. Labirinto, quinto álbum de estúdio do grupo, chegou às plataformas digitais na última sexta-feira (11/03) com novidades interessantes em termos de sonoridade e conceitos.

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Ao todo, o disco reúne 13 composições feitas entre os anos de 2019 e 2021. A criação passou por momentos de dor, segundo Gustavo Bertoni, vocalista do grupo. “Ter que retornar pra quem você é pode ser doloroso. Muitas vezes, ficar mudando serve como uma fuga”, disse ele.

Outro ponto de ‘dor’ a ser levado em conta é a pandemia, que se ‘intrometeu’ em meio ao processo de produção e acabou interferindo bastante no produto final entregue aos fãs:

“Como artista, é inevitável que a pandemia não seja grande parte do processo criativo. E nosso trabalho é expressar é o que está em nossa volta e a pandemia, certamente, mudou muito em nós, fez parte do processo. A pré-produção foi mais caseira, a gente trabalhou nas demos em nossos próprios estúdios. Antes, era meio que um ‘rascunho’. Como a gente estava isolado, meio que teve essa urgência de trabalhar melhor nas demos. A gente sempre trabalhou as músicas juntos, mas ter começado elas no computador, acaba fazendo parte da linguagem”, pontuou o vocalista, ao Portal Uai.

Para exemplificar a ‘digitalização’ do processo, Tomás, guitarrista da banda, citou um solo que foi tocado no teclado do notebook por Gustavo, que é seu irmão.

Labirinto conta com algumas participações especiais de outros artistas, como o rapper Edgar, que colabora com a faixa que abre o disco, intitulada Ouroboros. Além dele, Gabriel Zander, vocalista da banda Zander, participa da faixa 1=2, e a banda americana O’Brother é a grande atração na música Fortuna.

Com um disco novo e muita saudades dos palcos, a banda se organiza para uma nova turnê. A banda celebrou os três últimos shows realizados, graças ao avanço da vacinação contra a COVID-19. Mas a meta é ‘embalar’, segundo Tomás, que citou que a banda buscou se resguardar entre o fim de 2021 e o começo de 2022, época em que os casos da variante ômicron explodiram com as primeiras flexibilizações mais amplas:

“As nossas decisões em torno de show foram muito acertadas. A gente não anunciou nenhum show que teve que ser adiado, e adiado de novo, de novo. A gente preferiu, já que o disco viria em março, esperar o álbum saiu para vir fazendo. E aí, no começo de maio, a gente vai começar a fazer. E aí, eu acho que a gente engata uma sequência de uns 3, 4 meses fazendo shows”, disse o músico, que ainda completou, dizendo que as datas devem ser anunciadas em breve.