Playboy americana não vai mais publicar fotos de mulheres nuas

Concorrência com a internet foi apontada como principal motivo para mudanças na linha editorial da publicação. "Estamos apenas a um clique de distância de qualquer publicação erótica gratuita", disse chefe executivo

por AFP 13/10/2015 08:45

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Playboy/Divulgação
Marilyn Monroe estampou a primeira capa da revista, em 1953. Além das reconhecidas fotos de nudez feminina, publicação também foi marcada por grandes entrevistas com nomes como Malcolm X e Martin Luther King (foto: Playboy/Divulgação)
Washington, Estados Unidos -
A Playboy, revista lançada em 1953 com uma capa particularmente sexy de Marilyn Monroe, anunciou que, em face da concorrência de sites pornográficos, vai parar de publicar fotos de mulheres nuas.

No entanto, continuará a publicar fotos de mulheres em poses provocantes. Simplesmente, elas não vão estar nuas, explicou o diretor da Playboy Scott Flanders ao jornal New York Times.

A revista está à procura de uma nova imagem, ante os sites pornográficos que oferecem gratuitamente "todos os atos sexuais imagináveis. (A publicação de fotos nuas) está totalmente ultrapassada agora", explicou.

A decisão foi tomada após uma reunião com o fundador da revista, Hugh Hefner. Com o advento da pornografia na internet, a Playboy, que vendia 5,6 milhões de cópias em 1975, não vende mais do que 800.000 atualmente.

Em agosto de 2014, a Playboy já havia removido de seu site todas as fotos nuas, o que fez com que a média de idade de seus leitores passasse de 47 a 30 anos, e o número de visitas aumentasse quatro vezes, de 4 a 16 milhões por mês.

A revista vai continuar a apresentar a "playmate" do mês, mas pretende se adaptar para ser vista por um público de 13 anos ou mais, explicou um dos diretores, Cory Jones.

Apesar de ser conhecida principalmente pela publicação de fotos de mulheres nuas, a Playboy também publicou ao longo dos anos entrevistas com grandes figuras da história.

Foi em suas páginas que Martin Luther King disse que "a América é hoje uma nação muito doente", que Malcolm X discutiu a luta pelos direitos dos negros, que o músico de jazz Miles Davis explicou que, para os negros, "seria muito melhor se o racismo desaparecesse, se pudéssemos nos livrar desta úlcera que atormenta o estômago".

A revista também publicou contos de escritores famosos, como Vladimir Nabokov, Margaret Atwood ou Haruki Murakami e imagens de fotógrafos famosos como Helmut Newton e Annie Leibovitz.

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