Minha cirurgia infectou, minha nossa!

É extremamente importante que o tratamento da infecção seja feito de forma precoce, evitando o alastramento local e sistêmico da condição

24/11/2022 10:25
Tiago Baumfeld
Jonathan Borba/Pexels
(foto: Jonathan Borba/Pexels)

Realmente ter o diagnóstico de uma infecção após uma cirurgia não é uma notícia boa. Entretanto, se implementado tratamento precoce e multidisciplinar os resultados são animadores e a cura pode ser uma realidade.

As infecções podem ocorrer por diversos motivos. Problemas relacionados ao paciente, à cirurgia e aos implantes. Em relação aos pacientes, fatores sistêmicos como diabetes, doenças auto-imunes, e doenças reumatológicas podem ser fatores contribuintes. Fatores locais como feridas e higiene ruim também podem ocorrer.

Em relação à cirurgia, falhas na técnica asséptica, tempo cirúrgico prolongado, não uso de antibiótico profilático quando indicado podem ser os fatores predisponentes. Por fim, sobre os implantes, falhas na técnica de esterilização, apesar de raras em hospitais com bons protocolos, podem ser as causadoras da infecção.

No tratamento, é muito importante realizar a drenagem e o desbridamento de todo tecido infectado, enviando o tecido retirado para identificação das bactérias patógenas em culturas. Os antibióticos também são essenciais e devem ser guiados pelas bactérias identificadas.

Nesse contexto, é também muito importante que a área infectada esteja bem vascularizada, pois é pelo sangue que as células de defesa e os antibióticos irão atuar.

É extremamente importante que o tratamento da infecção seja feito de forma precoce, evitando o alastramento local e sistêmico da condição. Caso sua área cirúrgica apresente vermelhidão, calor e/ou drenagem de secreção, comunique imediatamente seu cirurgião para orientação sobre a melhor conduta nesse momento.