A apneia obstrutiva do sono (AOS) afeta cerca de 22 milhões de americanos

Além de transtornos de sono, a condição pode causar outros problemas de saúde, incluindo pressão alta, insuficiência cardíaca crônica e derrame cerebral

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(foto: Pixabay)

Alguns pacientes com AOS têm um risco aumentado de problemas cardiovasculares devido a um fenômeno chamado "mergulho reverso", que faz com que a pressão arterial suba em vez de diminuir durante o sono, que é o padrão normal.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Missouri descobriram uma causa potencial para o “mergulho reverso” que pode ajudar os pacientes com AOS a obter a ajuda que precisam antes que a doença cardiovascular se desenvolva.

Com essas informações, pode-se identificar pessoas portadoras de AOS com maior risco de problemas cardiovasculares, a fim de impedir que desenvolvam complicações adicionais.



Podemos tratar esses pacientes com mais agressividade para garantir que eles sigam a terapia e usem seu dispositivo de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) adequadamente.

No estudo, foram acompanhados 46 pacientes diagnosticados com AOS. Eles tinham entre 18 e 70 anos de idade. Quinze participantes foram identificados como tendo um aumento da pressão arterial durante o sono, enquanto os 31 participantes restantes tiveram leituras de pressão arterial que permaneceram iguais ou diminuíram à noite.

Os pesquisadores coletaram sangue de cada participante para estudar as mensagens que as células produzem e enviam umas às outras através de pacotes microscópicos chamados “exossomos”.

Descobriu-se que as mensagens celulares provenientes de participantes com pressão arterial noturna alta eram diferentes daquelas transmitidas em indivíduos com pressão arterial normal. As mensagens alteradas fizeram com que as células que revestem os vasos sanguíneos se tornassem disfuncionais. Esses vasos sanguíneos alterados permitem que células inflamatórias penetrem nas paredes dos vasos, causando endurecimento desses vasos levando a doenças cardiovasculares.

A descoberta de mensagens celulares ajudará os médicos a personalizar o tratamento para cada paciente diagnosticado com AOS. Um simples exame de sangue realizado no início de um estudo do sono poderá indicar o risco cardiovascular de cada paciente.

Ainda são necessárias pesquisas adicionais para estudar os pacientes com maior risco de complicações cardiovasculares da OSA para verificar se a adesão ao CPAP pode realmente reduzir a pressão sanguínea ou normalizar as mensagens celulares usadas para determinar o risco de um paciente.

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Dr.Silvio Musman – especialista em Pneumologia, Medicina do Exercício e do Sono