Tratamento endovascular do aneurisma da aorta, uma conquista histórica

Há 30 anos um cirurgião argentino entrava para a história da medicina

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(foto: Pixabay)

No último dia 7 de setembro foi comemorado o trigésimo aniversário do primeiro implante de uma endoprótese para tratamento do aneurisma da aorta abdominal. E foi aqui na América do Sul e não na Europa ou nos EUA, na cidade de Buenos Aires.

Naquele dia de 1991, o cirurgião argentino Juan Parodi realizou a primeira cirurgia bem sucedida de colocação de uma endoprótese para o tratamento de um paciente com aneurisma da aorta abdominal.

Essa foi talvez uma das maiores evoluções já ocorridas na cirurgia vascular e também na medicina. Até então, os aneurismas eram operados pela técnica convencional ou aberta, com acesso através do abdome, com altos riscos para o paciente e uma recuperação lenta e demorada.

O tratamento com a endoprótese permitiu uma cirurgia com pequenos acessos pela região da virilha, diminuindo os riscos para o paciente e facilitando a sua recuperação.

A incorporação da inovação diagnóstica ou terapêutica na prática clínica é sempre um desafio. Obedece a regras de evidência científica, as quais devem ser compatibilizadas com a criatividade e procura de novas soluções. Empreender e inovar nunca é uma tarefa fácil.

Naquele princípio da década de 1990, o único tratamento possível era a cirurgia aberta, sendo as taxas de mortalidade e de morbidade ainda elevadas. Parodi rompeu com o paradigma de seu tempo, avançando rumo ao que há de mais moderno, sempre em prol da melhor assistência e recuperação dos pacientes. Nessa época, o tratamento cirúrgico aberto do aneurisma da aorta representava a reserva de atuação do cirurgião vascular, aparentemente inexpugnável. Mas o mundo muda. A ciência progride. A humanidade evolui.

De lá para cá, muita coisa continuou em mudança e em transformação. As técnicas progrediram bastante. As endopróteses empregadas nos dias de hoje são completamente diferentes, com materiais mais resistentes e tecnologias de última geração. Hoje não é mais necessário fazer as incisões na região das virilhas. Algumas endoprótese podem ser implantadas por um pequeno orifício na região inguinal. Realmente impressionante!

Deixo aqui minha homenagem singela a um grande profissional médico que deixou um imenso legado para a humanidade. São pessoas assim, que trabalham à frente de seu próprio tempo, que puxam o conhecimento adiante e fazem o mundo avançar!
 
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