As chances de se ter doença coronária e AVC em 10 anos

Estudo realizado com mais de 7 mil pacientes com idade média de 57 anos usou tomografia, ressonância e doppler para avaliar riscos

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(foto: InspiredImages/Pixabay )

Um estudo de impacto foi publicado recentemente na revista Circulation, em que os autores investigam o valor preditivo das várias categorias do escore de cálcio no risco de doença arterial coronária e de AVC (derrame cerebral), separadamente, em indivíduos assintomáticos, de acordo com o sexo e etnia.

Foram incluídos participantes brancos, negros e latinos, com escore de cálcio medido nos estudos MESA (Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis) e DHS (Dallas Heart Study), que foram acompanhados para se avaliar a incidência de eventos cardiovasculares.

Esses dois estudos prospectivos multicêntricos foram realizados nos EUA, com mais de 7 mil pacientes avaliados com tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética e doppler das carótidas - estudos realizados em uma população de meia idade (média de 57 anos), saudável. 

As razões de chance para se ter doença coronária e AVC em 10 anos foram avaliadas entre as três categorias de escore de cálcio: zero, depois entre 1 e 99 e, por último, acima de 100 de escore de cálcio
Entre os mais de 7 mil participantes, 49% apresentavam escore de cálcio de zero e 19% escore de cálcio maior do que 100; 574 eventos cardiovasculares (333 com doença coronária e 241 com AVC ) foram observados durante o período de seguimento médio de 12 anos. 

As chances para o aparecimento de doença coronária e de AVC, em 10 anos, aumentaram de forma significativa através das categorias de escore de cálcio em homens, mulheres, brancos, negros e latinos. Carga elevada de escore de cálcio (maior que 100) associou-se de forma independente com o risco de doença aterosclerótica cardiovascular, em todos os grupos. Não foram observadas interações entre escore de cálcio, sexo ou etnia para eventos ateroscleróticos, doença coronária e AVC. 

A adição de escore de cálcio aos modelos tradicionais de predição de risco cardiovascular melhora muito a estratificação de risco.

Resumindo, esse estudo, em indivíduos assintomáticos, mostrou a confiabilidade da avalição do escore de cálcio e que pacientes com escore de cálcio elevado são os de maior risco para infarto e AVC. Escore de cálcio foi melhor na predição do risco de doença arterial coronária do que para AVC. 

Mehta A et Al .Predictive Value of Coronary Artery Calcium Score Categories for Coronary Events Versus Strokes :Impact of Sex and Race MESA and DHS .Circulation :Cardiovascular Imaging .2020.DOI :10.1161/CIRCIMAGING.119.010153