Doação de sangue em época de coronavírus é essencial

Transfusões, tratamentos de câncer, cirurgias de emergência, CTIs com pacientes em estado grave, tudo isso segue demandando sangue. Mas os bancos estão em dificuldade

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(foto: pixabay)

Estamos enfrentando um período nunca vivido nos tempos modernos, uma pandemia de um vírus respiratório fazendo necessária a reclusão social. Além da circulação do SARS-COV-2 (vírus causador da COVID-19), há arboviroses em curso, como a dengue, e casos de influenza que infectam a população e faz com que os doadores de sangue reduzam de forma significativa, diminuindo assim a disponibilidade de sangue. 

O adiamento de cirurgias e outros procedimentos médicos eletivos e o menor número de acidentes devido à menor mobilidade de pessoas fez com que o consumo de sangue e seus componentes reduzissem, porém ele ainda existe! Pessoas com doenças hematológicas que necessitam de transfusão de sangue para viver, pacientes com complicações decorrentes da dengue, tratamentos de câncer que devem ser mantidos e pacientes graves nos centros de terapia intensiva continuam ocorrendo e com expectativa de ascensão. 

Um hospital de campanha está sendo construído no Expominas com quase 1000 leitos, exclusivo para tratamento de pacientes com COVID-19, e o consumo de sangue é essencial para o cuidado desses pacientes. Então, a demanda por sangue é diária, contínua e com possível aumento nos próximos dias. Para conversar a respeito, convidei a Dra Samila Santana, hemoterapeuta da Fundação Hemominas.

Outra preocupação para manter o abastecimento do sangue na cidade, além da redução dos doadores, é o adoecimento dos funcionários dos bancos de sangue que reduzem a capacidade de coleta, produção e distribuição de sangue. Sendo de fundamental importância o cuidado especial com essa cadeia produtiva e qualificada que não pode ser substituída de forma rápida.

A doação de sangue é segura, não havendo riscos para quem doa. Para receber os doadores, os bancos de sangue de Belo Horizonte, Fundação Hemominas, Hemoservice e VITA se organizaram para receber os doadores. Todos esses serviços estão disponibilizando condições de lavagem de mãos, uso de antissépticos e acolhimento que minimizem a exposição a aglomerado de pessoas. 


Quem pode doar sangue


No Brasil, pessoas entre 16 e 69 anos podem doar sangue. Para os menores de 18 anos é necessário o consentimento dos responsáveis e, entre 60 e 69 anos, a pessoa só poderá doar se já o tiver feito antes dos 60 anos.

Além disso, é preciso pesar, no mínimo, 50 quilos e estar em bom estado de saúde. O candidato deve estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum. É imprescindível está se sentindo bem sem nenhum sintoma respiratório ou de qualquer outro órgão.

Em relação à Covid-19, são considerados doadores inaptos para a doação de sangue por um período de 30 dias aqueles que apresentarem sintomas respiratórios e febre ou se tiverem tido contato, há menos de 30 dias, com casos suspeitos ou confirmados de COVID-19. 

Quem doa sangue doa uma nova oportunidade de vida. Procure o banco de sangue mais próximo e seja um doador, independentemente de quem estiver precisando, pois todos podem precisar. 

Tem alguma dúvida ou gostaria de sugerir um tema? Escreva pra mim: carolinavieiraoncologista@gmail.com