O que podemos aprender com o caso da Ana Maria Braga?

Recidiva de câncer de pulmão da apresentadora abre espaço para reforçar importantes conceitos oncológicos

Cheryl Holt/Pixabay
o principal fator de risco para o câncer de pulmão é o tabagismo, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) (foto: Cheryl Holt/Pixabay )

A pedido de alguns leitores, vou abordar na coluna desta semana alguns conceitos relativos ao câncer, no contexto na doença da apresentadora Ana Maria Braga. A mesma já havia sido tratada previamente para câncer de pulmão e apresentou recentemente uma quadro de recidiva do câncer.

Quando o câncer volta após o tratamento, é denominado de recidiva. A recidiva pode ser a distância (metástase) ou no local (no próprio órgão em que o tumor surgiu inicialmente). O tratamento se difere de acordo com o local da recidiva, tempo entre o diagnóstico e esta recaída e outros fatores relacionados ao paciente e ao câncer.

Mesmo quando o paciente é submetido ao melhor tratamento possível, ainda há chances de recidiva (ou recaída). Por isso, é tão importante fazer o acompanhamento após o tratamento. Na maioria dos casos, quanto mais precoce esta recaída for detectada, melhores são as chances de bons resultados com o tratamento.

No caso da apresentadora, o tratamento proposto foi uma combinação de quimioterapia e imunoterapia, para que se possa atuar sobre o tumor em duas frentes. Quimioterapia é um tratamento que utiliza medicamentos para destruir as células doentes que formam um tumor. Esses medicamentos percorrem a corrente sanguínea destruindo as células cancerígenas e tentando impedir que elas se espalhem pelo corpo.

Já a imunoterapia é uma modalidade terapêutica que induz o combate das células cancerígenas pelo próprio sistema imunológico do organismo, agindo de forma distinta daquela promovida por qualquer outro tipo de tratamento oncológico. Em vez de atuar diretamente contra o câncer, os remédios imunoterápicos auxiliam as defesas do corpo para que elas mesmas detectem e combatam a doença. 

É importante ressaltar que o principal fator de risco para o câncer de pulmão é o tabagismo, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 90% dos cânceres de pulmão são causados em decorrência do tabagismo, em qualquer uma de suas formas. Por isso, a interrupção desse hábito é tão importante, mesmo após um diagnóstico de câncer. Assim, há a diminuição do risco de outros tumores associados ao fumo e até da recaída do tumor inicial.

Como abandonar esse hábito pode muitas vezes ser um desafio, é importante o acompanhamento médico adequado, sendo uma opção a participação em grupos de cessação de tabagismo, disponíveis no SUS e no ambiente privado. 

Tem alguma dúvida sobre câncer de pulmão ou gostaria de sugerir um tema? Escreva para mim: carolinavieiraoncologista@gmail.com