Tratamento indolor e minimamente invasivo, luz pulsada pode melhorar a síndorme do olho seco

Sensação de fadiga nos olhos diante da tela de computador, smartphone e tablets é sinal de alerta

por Estado de Minas 26/05/2019 07:00
Arquivo Pessoal
Oftalmologista Leonardo Gontijo diz que a melhora é imediata (foto: Arquivo Pessoal )

Você sente algum desconforto ocular, como sensação de areia nos olhos, coceira, sensibilidade à luz, secura ao acordar ou em ambientes com ar-condicionado? Saiba que esses sintomas podem estar ligados à síndrome do olho seco. De acordo com Leonardo Gontijo, oftalmologista especialista em córneas e diretor do Instituto de Olhos Minas Gerais, 34% dos brasileiros com idade acima de 18 anos experimentam algum nível de olho seco.

Passar longos períodos do dia diante da tela do computador, celular e tablet provoca sensação de fadiga, já que é muito comum a pessoa trabalhar ou estudar durante várias horas direto, piscando menos do que deveria. Quem sofre da síndrome do olho seco ou tem disfunção lacrimal – condição que interfere na produção e qualidade das lágrimas, causando ressecamento da superfície do olho, da córnea e da conjuntiva – sente ainda mais esse incômodo. O olho seco pode ocorrer em pessoas de ambos os sexos, embora as mulheres sejam as mais afetadas, e em qualquer idade. “Só que, nos últimos anos, pessoas mais jovens, com menos de 30 anos, têm reclamado muito dos incômodos provocados pela secura ocular”, afirma.

Lubrificantes oculares, sob a forma de colírio ou pomada, ajudam a aliviar os sintomas, mas, segundo Leonardo Gontijo, é possível tratar esse ressecamento com luz pulsada, que é indolor e minimamente invasivo. “O equipamento emite luz pulsada policromática, com total segurança, sobre as glândulas de meibômio – responsáveis pela produção de lipídios e proteínas da lágrima – inativas ou obstruídas do paciente. Ao receber esses estímulos, as glândulas voltam a funcionar entregando lipídios e proteínas ao filme lacrimal, evitando que ele se evapore”, explica.

O E-Eye é feito em consultório, após um diagnóstico clínico detalhado e o teste de osmolaridade lacrimal. As aplicações são feitas sob a pálpebra inferior de cada olho com a proteção de óculos especiais. Leonardo Gontijo, que é professor de oftalmologia da Santa Casa Belo Horizonte e do Hospital São José (Faculdade Ciências Médicas), explica que são necessárias entre três e quatro sessões, que duram menos de cinco minutos: após a primeira aplicação, repete no intervalo de uma semana a 15 dias e a terceira um mês depois. A cada 12 meses, uma sessão controle deve ser realizada. “A melhora na qualidade da lágrima é imediata, mas começa a ser melhor percebida já a partir da segunda aplicação e é cumulativa a cada sessão.” A luz pulsada também melhora o conforto e a adaptação para uso de lentes de contato e reduz a vermelhidão dos olhos e a necessidade diária de colírios ou lubrificantes.

O especialista ressalta que o aparelho é aprovado pela Anvisa para tratamento de disfunção da glândula de meibômio, o que garante segurança na aplicação. Mulheres grávidas, diabéticos e pacientes em tratamento quimioterápico têm contraindicação. Pessoas que estiverem fazendo uso de laser ou abrasivos na pele do rosto devem terminar o tratamento para começar as sessões com o E-Eye.

Sintomas da síndrome de olho seco

Sensação de fadiga nos olhos diante da tela de computador, smartphone e tablets

» Sensação de areia nos olhos
» Olhos vermelhos e irritados
» Coceiras constantes
» Sensibilidade à luz
» Olhos ressecados ao acordar ou em ambientes com ar-condicionado
» Visão embaçada
» Dificuldade para usar lente de contato
» Facilidade para contrair inflamações oculares