Sentimentos e pensamentos negativos podem levar o corpo a adoecer

Buscar o equilíbrio entre o físico, o energético e o espiritual é uma das formas de ficar bem e manter a qualidade de vida

por Joana Gontijo 06/05/2019 14:00

Jair Amaral/EM/D.A Press
A professora Renata Gontijo tem alergia de fundo nervoso, que piora em situações de desgaste emocional (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Problemas de saúde podem estar ligados a sentimentos e pensamentos negativos. O bem-estar invariavelmente passa pelo equilíbrio entre o físico, o mental, o emocional, o energético e o espiritual. Já é cientificamente comprovado que questões sentimentais, quando mal trabalhadas, acabam ocasionando doenças. Segundo as leituras holísticas, cada emoção é correspondida em um órgão determinado e, no momento em que existe a desarmonia, surgem enfermidades específicas. Nesse ponto, é fundamental identificar o que está por trás da complicação experimentada. Terapias alternativas e naturais se mostram eficazes para a cura emocional, gerando, além da melhora no estado geral do organismo, abundância e desenvolvimento pessoal, a partir de práticas e exercícios próprios.

Dentro dessa perspectiva totalizante, compreendendo a pessoa como um todo, o estudo sobre os centros de energia do corpo humano, os chamados chacras, considerando ainda as camadas do campo áurico, é fundamental para a obtenção de bons resultados no tratamento. Por outro lado, quando o ser humano volta a atenção para o que é bom e assume uma postura positivista em relação a vida, o aparecimento de patologias é atenuado. Afinal, todos somos autores dos nossos próprios destinos e caminhos. Pequenas mudanças de atitude redirecionam o foco para as coisas boas, na hora em que se quiser. Tudo o que acontece na vivência diária parte do que se acredita, pelo que se é e pelo modo de encarar a existência.

Todas as doenças se originam de emoções, pontua a terapeuta corporal e holística Inez Linhares. Ela explica que, quando o indivíduo não dá conta de uma emoção, ela pode se transformar em uma doença, ainda que isso não signifique que qualquer sentimento gera o adoecimento. "Pelo contrário. As emoções estão aí para equilibrar a saúde. Você precisa ficar triste, precisa ficar alegre, precisa ter raiva. O problema é quando isso foge do controle, quando extrapola. A emoção não pode estar de mais nem de menos. Uma coisa é a tristeza, outra é o pânico. Uma coisa é estar alegre, outra eufórico - na euforia, se perde a noção do perigo, o bom senso. O medo, por exemplo, é uma das emoções mais bonitas e necessárias, porque dele parte o sentido de preservação. Enfim, não se deve negar uma emoção e nem muito menos cultuá-la, dar uma ênfase muito forte para ela. Nos dois casos, nos dois extremos, isso vai te adoecer. Tem que haver um equilíbrio", elucida.

Há dois anos, a professora Renata Gontijo Brito, de 37 anos, convive com uma alergia de fundo nervoso. Os episódios começaram com vermelhidão e coceira por várias regiões do corpo, como pernas, barriga, pescoço e costas. Com a situação se agravando cada vez mais, ela procurou uma dermatologista, que solicitou diversos exames, mas nenhum resultado elucidou o porquê do problema. A médica, a princípio, receitou um antialérgico, depois creme com corticoide, e remédio oral com cortisona. Renata também recorreu à homeopatia, mas nenhum desses tratamentos surtiu efeito. "Diminuiu, mas não melhorou completamente. Os exames não apontavam nada e, nem a alopatia, nem a homeopatia, adiantaram".

Por experiência própria, a professora observou que, quando está estressada e com preocupação exacerbada, seja com questões familiares ou financeiras, a alergia se manifesta. Hoje em dia volta de vez em quando, mas mais amena, quando Renata está em uma situação de desgaste emocional. "A partir do momento em que resolvo esses assuntos, a alergia some. Controlo com cremes hidratantes. Estou pensando em procurar um alergista e, talvez, a acupuntura. Também considero terapia com psicólogo, mas por enquanto não estou fazendo nada de especial".

LEITURA CORPORAL


Dependendo do tipo do sentimento, ele se relaciona com uma parte diferente do organismo e, conforme o órgão afetado, aparecem as enfermidades correspondentes. Pela leitura corporal, essa ligação fica evidente. Inez esclarece: os rins estão relacionados ao medo; o fígado a raiva ou emoções fortes; o pulmão, assim como todo o sistema respiratório, a tristeza; baço e pâncreas correspondem a perdas e ganhos, à dificuldade em ganhar e perder, seja em qualquer característica da vida. "A pessoa fica diabética quando se aposenta, ou perde o emprego, ou perde um ente próximo. Se não sabe lidar com essa perda, adoece", explicita Inez. Os aparelhos genitais, por sua vez, têm a ver com atritos e conflitos nos relacionamentos interpessoais. O intestino significa impermanência - a pessoa se fixa no passado, ou no futuro, e nunca está no aqui e agora, a única realidade palpável, e onde se encontra a felicidade - estar no presente é estar com os pés no chão.

O poder do coração
Esse órgão trabalha com o poder da emoção. Desequilíbrios aí refletem obsessão, em que a pessoa acredita que o único sentimento que vale é o seu


Jair Amaral/EM/D.A Press
A terapeuta corporal e holística Inez Linhares diz que, para um tratamento dar resultado, é crucial compreender a força do pensamento (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

O coração e o estômago são órgãos de poder. "O coração trabalha com o poder da emoção. Desequilíbrios aí refletem obsessão - podemos citar o feminicídio como exemplo de como isso ocorre. A pessoa pensa que o que vale é só o seu sentimento, só o seu amor. No estômago, esse aspecto parece mais com questões materiais: quero que seja do meu jeito, isso é meu... Quem tem problema de estômago tem problema de intolerância, de posse", diz a profissional. Ela salienta que a intensidade da doença também encontra explicação conforme o órgão. "Um câncer de pulmão é uma tristeza, junto com uma mágoa que você não dá conta de digerir, de viver. No geral, a cura não vem só do tratamento. É fundamental o indivíduo mudar a postura em relação àquele sentimento".

Para conseguir transpor as energias negativas para as positivas, Inez clarifica que o importante é trabalhar o aspecto mental, racional. "Quando a pessoa admite que não quer mais aquilo, começa a dar passos e fazer escolhas a seu favor. Por exemplo: perdi o emprego. Ao invés de ficar focado nessa dificuldade, o que poderia gerar um problema mais sério, respire e pense como pode ser feliz. Posso fazer alguma outra coisa que sei e faço bem? Quando você toma uma decisão, está mudando o seu posicionamento e aquela situação vai ficar mais leve. Seja qual for a mudança, a resposta é rápida", orienta.

Para quem precisa novamente encontrar o equilíbrio, o mais adequado é buscar um auxílio externo, diz a terapeuta. "Com a redistribuição energética, meu forte de atuação, coloco para vazar as emoções no sentido de harmonizá-las. Se essa não for a opção, pode -se recorrer a uma forma de reflexão, de meditação, ou uma terapia com psicólogo mesmo. A pessoa deve querer sair daquilo. É um entendimento interno, a fórmula não está disponível para comprar em lojas. Há que se colocar a favor de si próprio", acrescenta.

"Somos muito influenciados por padrões. Comportamento, cultura, tudo mais. Você precisa entrar em contato consigo mesmo para estar melhor em relação a escolhas. O campo espiritual influencia diretamente em tudo. Se você não dá valor ao seu eu espiritual, dificilmente vai deslanchar na vida. As pessoas pensam como fé, como crença, mas esse é um espectro bem mais amplo. O ser humano deve entender que todos nós somos um só. Um precisa do outro. É na convivência, nessa troca, nesse agregar, que se encontra a harmonia para viver".

ATRAÇÃO


Tendo em vista toda essa abordagem, é crucial compreender a força do pensamento, que é através do que a realidade é criada e nos é apresentada, continua Inez. "O pensamento positivo atrai coisas positivas, o pensamento negativo atraia coisas negativas". Para cada caso em que as doenças se manifestam, há uma indicação de tratamento. As terapias alternativas alcançam os prismas da mente e do espírito, enquanto a medicina tradicional, a ciência, soluciona as questões do corpo. "A alopatia para mim é uma ferramenta maravilhosa. Sobre os métodos alternativos, estamos em período muito bom, muito aberto nesse sentido. Qualquer linha de tratamento vai dar resposta, seja qual for. Algumas mais eficientes ou de retorno mais rápido que outras. Aconselho, em qualquer situação, a meditação junto. Meditar significa sair de você, sair dos seus problemas, limpar a mente. O que não quer dizer deixá-la vazia, mas sim abrir mão daquilo que você está pensando e gerando o tormento", descreve Inez.

None

Manter-se produtivo é um 'santo remédio'

J.A.M.N., que prefere não se identificar, experimentou por dois anos uma séria crise de depressão, originada de sentimentos mal elaborados na transição da juventude para a idade adulta. Ele passou boa parte do tempo no exterior e, como qualquer um, procurou ser bem-sucedido, formar família, mas, mesmo que isso pudesse estar à mão, em um determinado momento, tudo pareceu não passar de ilusão. "Com a idade acabam caindo por terra as cortinas que ocultam a verdade. Me vi sozinho na forma de pensar, no aspecto pessoal, dando valor para as aparências. Acabei descobrindo o vazio nas pessoas", diz. Ainda que tudo aparentasse estar bem, ele conta que perdeu a graça de viver e ficou sem foco, diante de uma rotina que se repetia tanto, até chegar a um estado de vácuo e frustração, por assim dizer.

"Faltava meu crescimento próprio, como ser humano. Fiquei deprimido, muito ruim, agressivo, mal humorado. Tinha altos e baixos emocionais. Ora estava extremamente triste, ora eufórico. Vivenciei meu lado negro, parei no fundo e, quando se está nesse ponto, você fica sem rumo", lembra. J.A.M.N. procurou um psicólogo, entretanto não se identificou com o tratamento. Partiu, então, para terapias alternativas, como a bioenergética, participou de retiros em grupo, buscando a harmonia pela perspectiva espiritual. "Vivenciei uma crise de identidade. Lá fora me sinto homem e, quando volto ao Brasil, me vejo como um pré-adolescente rebelde e arrogante. Foi fundamental, para me curar, deixar o passado para trás", conclui.

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
A professora Sônia Assis adoeceu depois de se aposentar e só melhorou quando passou a ocupar o tempo com atividades diversas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )

A artista plástica Sônia Assis, de 73 anos, começou a sentir problemas de saúde depois que deixou o emprego como professora de desenho em uma universidade de Belo Horizonte. Logo após a aposentadoria, em meados de 2018, iniciou com tensão extrema e nervosia, por acúmulo de sentimentos obscuros. Principiaram crises intensas de dor de cabeça, tonteiras e desequilíbrio, o que depois desencadeou sinusite crônica, com desconforto grave na cervical e no alto da cabeça, acentuada por uma má formação na narina esquerda.

ACUPUNTURA

Antes de saber do que se tratava, Sônia procurou, em um primeiro momento, um otorrinolaringologista, achando que era algo mais sério, como um câncer. Realizou os exames de praxe, e nada ficou constatado. Depois, recorreu a uma neurologista, que fez todos os testes, novamente sem resultados. "Estava com dores para todo lado, ia ao médico e nenhum exame dava resposta", rememora. Por indicação da neurologista, Sônia resolveu procurar a acupuntura e, com cinco sessões, já obteve uma melhora significativa. "Não acho que a alopatia seja um veneno, mas deve ser bem orientada", pontua.

Sônia deixou as aulas de pilates, que considera um método mecânico, e agora faz ioga duas vezes por semana, uma prática mais "quieta" que, para ela, ajuda no relaxamento, na postura e na compreensão sobre o próprio corpo. "Precisamos saber como lidar com o corpo. O aspecto da espiritualidade é um dos sistemas que nos pertencem", diz. Hoje, a artista continua trabalhando em seu ateliê, dá aulas de desenho, participa de grupos de estudo, e garante que o trabalho é uma auxílio essencial em qualquer momento da vida. "Você deve continuar produzindo, ativo mental e fisicamente. O trabalho é um santo remédio. Agora estou ótima", conta.

PALAVRA DE ESPECIALISTA

Dulce Takamatsu - especialista em terapias alternativas, no ramo há mais de 30 anos

Volte-se para a sua essência

None

"Tudo é energia, tudo é vibração. A energia está em tudo, no pensamento, na emoção. E o pensamento cria a realidade - o que você pensa você cria, seja para o bem ou para o mal. Não é à toa que o grande desafio do ser humano é a maneira como lida com o pensamento. Quando o pensamento é negativo, quando o centro está em coisas incoerentes, a energia fica ruim, o espiritual fica ruim e aparecem as doenças. Todos os acontecimentos têm uma história por trás. Se a pessoa fica no passado ou no futuro e não se fixa no presente, que é a única realidade que se tem, começa a somatizar e daí partem os problemas. A nossa atenção tem que estar no aqui e agora. Não temos que tentar controlar nada - simplesmente ser, buscar dentro de nós nosso eu superior e, assim, alcançar a paz, a alegria, a harmonia, o equilíbrio, o amor incondicional. É fundamental procurar em nós só as coisas boas e ficar lá. Sair do campo do pensar, mudar o foco, cessar a mente, voltar para a essência. Quando você informa ao mundo sua intenção, não é preciso fazer mais nada. Estando bem consigo, estará bem com tudo. O ego reúne o sistema físico, mental, emocional e espiritual (esse compreende as manifestações energéticas), e viemos para trabalhar bem o ego. São inúmeras as formas de terapias alternativas que podem ser aplicadas para vencer esses transtornos. A diferença para a medicina alopática é que essa trata os sintomas, enquanto esses outros processos procuram identificar as causas, e encaram o ser humano como um todo (físico, metal, emocional e espiritual). Cada caso é um. É claro que a medicina tradicional é importante - há um momento em que a pessoa precisa de um médico, de hospital, mas há situações em que isso não adianta. Minha atuação é no sentido do que cada pessoa necessita."


Energia vital que protege
Cada ser vivo é envolto em um campo magnético, a aura, e aberturas para trocas energéticas, os chacras, que possibilitam uma espécie de comunicação entre as nossas emoções e o corpo físico

Paulo Filgueiras/EM/D.A Press
A agente de turismo Eliane Viau já viveu diversos episódios em que acontecimentos ruins acabaram gerando doenças (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press )

A agente de turismo Eliane Viau, 53, é adepta da terapia holística há 20 anos, recurso que lhe serve como prevenção de doenças. Para ela, os pensamentos conseguem transformar o bem em mal em poucos instantes, com uma força de ação rápida, tanto para o positivo, quanto para o negativo. "O emocional nos melhora completamente, mas também adoece em um piscar de olhos", diz Eliane, que já vivenciou diversos episódios em que acontecimentos ruins acabaram gerando doenças. Um deles foi na época do falecimento do filho, há oito anos. "Comecei a sentir muita dor, corria para o hospital achando que ia infartar, mas não era nada físico", relembra. Atualmente, está enfrentando uma situação parecida. O pai, de 77 anos, está com câncer, problemas cardíacos acelerados e teve uma lesão no fêmur. O senhor reside no interior de Minas Gerais, e Eliane estava acompanhando a questão de longe. Porém, quando viajou a Ituiutaba para ver o pai, sofreu um choque. "Os médicos disseram que meu pai tem pouco tempo de vida."

O contato direto fez com que Eliane logo desenvolvesse, além de tonteira, uma gripe violenta, e passou uma semana com uma tosse forte e seca, o que, de tão intenso, parecia uma doença respiratória complicada. Buscou auxílio médico, usou o medicamento indicado, mas sabia que nada iria fazê-la melhorar se não conseguisse externar o que estava sentindo. "Tomei expectorante, mas continuei mal. É uma questão de fundo emocional. Precisava falar sobre o que sentia diante daquela realidade. Nada iria resolver se não trabalhasse aquele sentimento. Só entendendo o que estava dentro de mim, como defrontar aquela energia, é que poderia me curar", diz. Ao valer-se, mais uma vez, da terapia de redistribuição energética, começou a sarar. A terapeuta observou que todos os seus chacras estavam fechados. "Nessa hora pude falar sobre minhas emoções, ver a realidade de frente, fui liberando as energias e melhorei", conta, ela que trouxe o pai para BH para que fique mais perto da família.

SINAIS

É sabido que tudo o que compõe o universo é energia. Energia é tudo o que vibra, e tudo o que vemos é energia condensada, ou seja, matéria. O corpo físico é matéria, portanto, energia. Nessa definição, cada ser vivo é envolto em um campo magnético que o protege e o diferencia dos demais - é a chamada aura, conhecida por vários nomes conforme a escola espiritual que a estuda. De acordo com o professor Wagner Borges, existem diversas aberturas por onde o indivíduo realiza as trocas energéticas com o ambiente, com outras pessoas, com outros seres e com a natureza. São os vórtices energéticos popularmente denominados chacras. Têm formato circular (chacra = roda, em sânscrito) e são bilhões espalhados pela aura dos seres vivos. Cada célula do ser vivo se nutre pela energia vital e recebe e libera essa energia a todo momento. Dessa maneira, se mantém a vida - e tudo isso acontece graças aos chacras, responsáveis por essa troca energética. Para cada célula viva, existe um chacra em movimento constante. Um chacra que vibra em excesso está hiperativo, ou que vibra menos que o normal, hipoativo, está em desequilíbrio.

Mariel Fabris/Divulgação
O professor de ioga e meditação André Oliveira ensina que qualquer um pode sentir os centros energéticos do corpo (foto: Mariel Fabris/Divulgação)

O professor de ioga e meditação André Oliveira ensina que qualquer um pode sentir os centros energéticos do corpo, o que não é uma exclusividade dos médiuns – basta estar sensível e atento aos sinais do organismo. Não é preciso ver luzes e formas brilhantes para sentir e conhecer mais sobre eles, observa o especialista. Os chacras, enquanto polos de absorção, exteriorização e administração de energias, são a ligação entre o corpo físico e o corpo psicoemocional. “No estudo sobre os chacras, o primeiro aspecto a entender é que eles estão dentro de um sistema maior, o sistema dos 5 koshas ou 5 corpos: físico, energético, psicoemocional, mental e espiritual. Fazem uma ponte entre a dimensão física e a dimensão psicoemocional - possibilitam uma espécie de comunicação entre as nossas emoções e o corpo físico. São o ‘elo perdido’ há muito procurado pelos psicólogos. Cada centro energético está relacionado a uma parte do corpo e uma emoção muito específica. A palavra chacra significa literalmente círculo, roda ou centro e indica uma região do corpo de grande importância”, elucida.

Atenção aos sinais

Os chacras são os pontos onde se encontram e fundem os meridianos, canais condutores da energia no organismo. Cada um está em estreita correspondência com certas funções físicas, mentais, vitais ou espirituais. Em um corpo saudável, todos esses pontos giram energia a uma grande velocidade, mas, se um desses centros começa a diminuir a velocidade de rotação, o fluxo de energia fica inibido ou bloqueado, e disso resulta o envelhecimento ou a doença. O corpo tem uma relação sutil com o mundo astral, e a obstrução dessa ligação com o Divino pode elucidar a noção de causa e consequência entre as doenças e as crises emocionais. São recorrentes as situações em que a pessoa acaba somatizando e transformando energias negativas em depressão, raiva, solidão, além das enfermidades físicas propriamente consideradas.

"Para que haja saúde física, mental, energética, emocional e espiritual, é preciso a interação perfeita entre todas as nossas camadas, tanto sutis quanto físicas. Os chacras estão presentes no corpo sutil e apresentam diversas frequências e funções. No corpo físico, eles são representados pelas glândulas endócrinas principais. Por isso, todos os movimentos energéticos ocorridos nos chacras têm reflexo em cada glândula endócrina correspondente no corpo físico", elucida a filósofa Patrícia Cândido, pesquisadora na área da espiritualidade há mais de 15 anos. Ela ensina que o chacra é o componente energético que estimula a glândula para o seu total funcionamento. "A glândula vitalizada desempenha seu papel de secretar substâncias como hormônios e outras que são importantes para o funcionamento do organismo. Quando um chacra está desvitalizado, não gera energia suficiente para estimular a glândula a exercer sua função. Assim ocorre uma carência nas suas secreções vitais em determinadas regiões do corpo físico, e essas deficiências geralmente são manifestadas na forma de doenças", continua.

Arquivo Pessoal
A filósofa Patrícia Cândido lembra que muitas pessoas transformam energias negativas em depressão (foto: Arquivo Pessoal)
Patrícia cita como exemplo o lúpus, que pode ser decorrente de um passado muito sofrido, com perdas de familiares ou entes queridos. Normalmente, quem sofre com essa doença autoimune, acrescenta, não sente mais graça na vida, experimenta muita tristeza e sensação de abandono. Nesse caso, o chacra atingido é o cardíaco, que fica no centro do peito e está associado à produção de hormônios da glândula timo. "Um bom caminho para quem tem lúpus é perdoar a si mesmo e, principalmente, perdoar a vida, entendendo que as perdas fazem parte dela. Também é recomendado praticar atividades que estimulem a alegria de viver, procurar sorrir mais e ver a felicidade nas pequenas coisas", orienta. Portanto, a origem de patologias está em comportamentos, pensamentos, sentimentos e emoções mal resolvidos, que contaminam os chacras.

VIBRAÇÃO


Dentre mais de dez mil chacras espalhados pelo corpo e os bilhões pela aura, apontados pelos hindus, ao longo da coluna vertebral, desde o cóccix até o topo da cabeça, estão localizados os principais. Sua finalidade é catalisar energias vitais e conduzi-las para todo o organismo através do sistema nervoso. Estão conectados com tudo o que acontece interna e externamente. Cada um é relativo a um diferente plexo nervoso (emaranhado de nervos ou regiões do corpo onde se concentram ou se entrelaçam vários nervos) e glândula endócrina (qualquer disfunção nos chacras afeta as glândulas correspondentes). Esses centros estão vinculados a um conjunto de características psicoemocionais e cada um tem uma cor associada - cada cor espelha um tipo de vibração ou frequência que cada chacra irradia, e pode variar conforme a circunstância. Ainda que a cor exata possa variar, há consenso geral sobre uma representação a partir das cores do arco-íris pelo sistema de chacras. Cada chacra também corresponde a um elemento da natureza.

Enfim, os sete chacras centrais estão assim distribuídos: 1º chacra (chacra básico ou raiz) – elemento: terra - cor: vermelho - plexo sacral - localizado no períneo - suprarrenais - diz respeito a sobrevivência, segurança e responsabilidade; 2º chacra (chacra sexual) – elemento: água - cor: laranja, roxo ou vermelho - plexo esplênico - localizado abaixo do umbigo - gônadas - passa por sexualidade, sensibilidade e adaptabilidade; 3º chacra (chacra solar) – elemento: fogo - cor:amarelo, verde forte e vermelho - plexo solar - localizado na zona da barriga - pâncreas – lembra poder pessoal, determinação e coragem; 4º chacra (chacra cardíaco) – elemento: ar - cor: verde, amarelo ouro e rosa - plexo cardíaco - localizado no coração - timo – interfere quanto a amor incondicional, compaixão e perdão; 5º chacra (chacra laríngeo) – elemento: éter - cor: azul celeste, lilás, branco, prateado ou rosa - plexo laríngeo - localizado na garganta - tireoide – relaciona-se a liberdade de comunicação, liberdade de expressão e criatividade; 6º chacra (chacra frontal) – cor: azul índigo, branco-azulado, amarelo, esverdeado e roxo - plexo frontal - localizado na testa, entre as sobrancelhas - pituitária – influência no auto conhecimento, discernimento e compreensão; 7º chacra (chacra coronário) – cor: violeta e branco fluorescente ou dourado - plexo coronário - localizado no topo da cabeça, bem no centro - pineal – ligado a espiritualidade, conexão com o sagrado e plenitude.

None
Traduzindo os sentidos de cada chacra em alusão às regiões do organismo, sentimentos, posturas frente à vida e emoções temos: o chacra 1 atua nos órgãos do aparelho genital, urinário, reprodutor, útero e próstata - nessa área, tratam-se as doenças do sangue, fígado, bexiga, inflamações e qualquer espécie de hemorragia, como também qualquer anomalia dos órgãos relacionados. Sua potência física combina com a vontade de viver, dá ao indivíduo uma presença de força e vitalidade. O chacra 2 responde pelo estímulo sexual, desperta o desejo do ato sexual, proporcionando um sentimento de prazer tão intenso que as pessoas, com este chacra desenvolvido, tendem a direcionar sua vida através da relação sexual. No caso de bloqueios ou desequilíbrios nessa região, podem aparecer problemas de coluna, hemorroidas, instabilidade social e emocional, uso incorreto da vontade, o sentir-se impotente diante das situações, insegurança, desespero, medo e falta de praticidade, além de preocupações excessivas com as coisas da matéria, ganância, descontrole dos aspectos instintivos e sexuais. Seu desequilíbrio pode manifestar-se por impotência sexual e frigidez.

O chacra 3 tem influência direta no baço, rins, fígado, pâncreas e suprarrenais, e é fundamental para a secreção das glândulas e órgãos endócrinos. Chamado umbilical, lembra a criação e a geração da vida, quando a mãe se liga ao filho pelo cordão umbilical durante a gestação. Responsável pela vitalidade dos nervos, a partir desse chacra tratam-se as doenças da bexiga, a menstruação, as cólicas, colite, febre, diarreia, anemia, diabetes e câncer. O desequilíbrio nessa parte chega ao sistema digestivo inferior e pode afetar intestinos e estômago. Os bloqueios desse chacra são particularmente ocasionados por problemas emocionais, dificuldade em dar e receber e intensidade de prazer ou dor, manifestando histeria e vícios, e ainda excesso de preocupação com o futuro, com o bem-estar dos outros e com a preservação. Também se relacionam medos e ressentimentos sobre o sexo, causando experiências sexuais traumáticas ou dificuldades no parto. Pode ocorrer ainda uma falta generalizada de vitalidade, perda de juventude e diminuição do magnetismo pessoal.

O chacra 4 atua no estômago, intestinos e todos os órgãos do aparelho digestivo, interferindo no sistema nervoso e simpático. Através dele, são combatidas doenças dos ossos, paralisia, gota e dores de cabeça. Influi nas emoções e por ele pode-se constatar as emanações hostis ou vibrações afetivas do ambiente. É entendido como mental e o vínculo da mente com as emoções pode ser observado, já que os processos mentais servem de reguladores da vida emocional. Esse chacra também assume importância nas relações humanas, sejam amorosas, pessoais ou profissionais - seu desequilíbrio provoca timidez, egoísmo, narcisismo, egocentrismo e vários tipos de medo, que deságuam na propensão para a raiva e a violência, na dificuldade de expressar a autoconfiança e criatividade, na incapacidade de se colocar em sintonia com as pessoas e na carência de autoestima.

O quinto chacra exerce influência na circulação sanguínea. Alimenta o coração, sangue, nervos e vasos sanguíneos, e responde pelo funcionamento apropriado do sistema imunológico. Regula emoções e sentimentos, como simpatia, ternura, compreensão e compaixão. É a sede do eu superior onde se assenta a alma humana. Controla a integração das forças superiores e inferiores, equilibra a autoestima e a capacidade de dar e receber amor. Com a possibilidade de transmutar as energias do cosmo em energia de cura física, a harmonia desse chacra acentua as atividades positivas e faz entender as outras pessoas como sustentáculos, buscando a perfeita afinação entre as vontades humanas e as leis divinas. Traumas ligados a relacionamentos afetivos afetam diretamente a região cardíaca, provocando o desequilíbrio no chacra 5. Quando há bloqueios, o potencial do amor e compaixão transforma-se em luxúria; a autoestima é avariada e a vontade individual enfraquecida, ocasionando falta de criatividade e tornando a pessoa excessivamente sensível às influências e opiniões.

O sexto chacra situa-se no ponto entre as sobrancelhas. Conhecido como “terceiro olho” na tradição hindu, está ligado à capacidade intuitiva e à percepção sutil. Relaciona-se à tireoide, cordas vocais, vias respiratórias, traqueia, brônquios e pulmão. Controla a expressão verbal, influindo também sobre o sistema auditivo. Relaciona-se ao rejuvenescimento e longevidade. A característica desse chacra é o sucesso - sua expansão proporciona satisfação no trabalho e nas tarefas diárias, fazendo-as bem ajustadas e bem-sucedidas. Uma vez travado, surgem incertezas, indecisões, dúvidas e desânimo, afetando a auto expressão e a prosperidade. O desequilíbrio em torno da voz, gagueira, vertigens, fadiga, asma, doenças metabólicas e obesidade são algumas consequências.

O sétimo chacra alimenta a parte inferior do cérebro, olho esquerdo, ouvido, nariz e o sistema nervoso parassimpático. Regula as atividades inteligentes, é o ponto de abertura da visão interior, espiritual e inspiração. É o chacra que mais se relaciona com a espiritualidade, que liga o ser humano às multidimensões, ao que não é concreto, que não se pode ver ou tocar. Está associado à implementação de ideias criativas. Seu desequilíbrio provoca desinteresse pelo presente e medo do futuro. Há ainda memória fraca, dando a sensação de estar no “espaço”, problemas de sono e sonhos perturbadores.

BLOQUEIO DE ENERGIA

“Na visão da chakraterapia, entende-se que o corpo fica doente porque há um bloqueio nos centros energéticos e este bloqueio provém de um desequilíbrio psicoemocional. Em outras palavras, um conflito emocional não resolvido pode ocasionar um desequilíbrio ou doença no corpo físico. Sabendo disso, ao detectar uma doença podemos utilizar os chacras para mapear o sintoma e identificar a origem emocional desse desequilíbrio. Podemos tratar então a causa e não meramente o sintoma da doença, promovendo assim em nosso organismo uma saúde integral e holística”, orienta André Oliveira. Desde 2006, ele realiza atendimentos individuais e em grupo a partir da terapia vibracional, como também se denomina. “Ensino meus pacientes a utilizar os chacras para mapear as tensões, dores e doenças em seu próprio corpo. Dessa forma, os alunos aprendem a ficar diante de suas emoções verdadeiras e assumem a capacidade para transformá-las por si mesmo”, acrescenta.

Cada chacra, enfim, cuida de uma característica da vida e aponta os desafios a serem vencidos. Quando se tem clareza sobre como a energia se comporta em cada pessoa, este é o início do processo de desvendar as causas das doenças, observando o grau de toxidade de um comportamento ou um pensamento. No caminho pelas terapias alternativas, um dos recursos para fazer evoluir e equilibrar novamente esses centros de força é a meditação. A partir de luzes coloridas, pedras ou pelo poder psíquico, por exemplo, direcionados aos respectivos chacras, a evolução para a reabertura é facilitada, revigorando, expandido e desenvolvendo mais uma vez os chacras para a volta ao seu estado natural. Os tratamentos com plantas e vegetais também auxiliam nessa busca pela cura, assim como o reiki e a cromoterapia. Todos esses métodos utilizam o saber acerca dos chacras como pilar para o diagnóstico e combate aos males que atingem desde o corpo físico até o espiritual. A partir de pequenos gestos, incorporados na rotina, é possível ativar esses pontos de energia e harmonizar corpo e alma.

Entre inúmeros aspectos, é possível agir pela saúde em casos de insatisfação no trabalho, depressão, vazio no peito, conflitos de relacionamento, prosperidade bloqueada e enfermidades crônicas, ensina a escritora e filósofa Patrícia Cândido, que demonstra dicas valiosas e simples de aplicar no sentido de sair da negatividade e se valer energeticamente das coisas boas. Ela informa que o cérebro é um grande gerador de energia e a intenção que o indivíduo aplica sobre si mesmo e sobre sua própria vida acaba manipulando as energias ao seu redor. "Para transformar a energia negativa em positiva, uma alternativa é prestar atenção na respiração. Fazer 20 respirações abdominais seguidas e começar a se concentrar em um pensamento positivo, ou fazer uma prece de preferência, ajuda. Outra maneira é se lembrar das coisas que mais gosta de fazer e perceber como tomou as opções para sua vida. Devemos lembrar da empolgação que temos em executar as tarefas. Cuidar da alimentação, ver algo que faça sorrir, focar em quanto a vida é boa e o quanto podemos crescer. No dia em que as energias negativas estiverem pairando, tudo isso vai ajudar muito a equilibrar a sua aura", explica.

 

Para encontrar a harmonia, Patrícia explica que a primeira coisa a se fazer é entender a missão na Terra, pois quando a pessoa está fora do caminho, tudo começa a desmoronar. "É importante também não deixar que as energias negativas nos atinjam e mudem nossos dias ou mesmo a nossa vida. Tente não mirar nas notícias ruins que estão o tempo todo nos rondando. Praticar mantras e utilizar a energia das plantas, o que ensina a fitoenergética, pode trazer resultados significativos para os campos físico, mental, emocional, energético e espiritual".

Dentro desse cenário, cuidar da espiritualidade é essencial. O segredo, revela Patrícia Cândido, é prezar pelos sentimentos e pensamentos, que são os comandantes de todo esse processo. Quando o cuidado com a alma é relegado a segundo plano, as doenças podem aparecer. "A gastrite, por exemplo, surge quando sentimos raiva por um longo período. Assim, há uma produção de substâncias nocivas que desestabilizam a química estomacal. Já outras enfermidades podem ter origens ocultas, de vidas passadas, como aquelas que não são detectadas em exames, mas a pessoa está com dor, sente e sabe que está doente. É também o caso da fibromialgia. Ela pode se manifestar em pessoas com excesso de responsabilidade ou que apresentam um estado de aprisionamento em alguma situação mal resolvida de vidas passadas. Isso pode ser detectado por meio da terapia de regressão".

Foi necessário muito tempo de pesquisa para identificar as doenças emocionais que partem para o físico. Em seu livro Código da Alma, Patrícia Cândido mostra a influência das emoções no desenvolvimento da maioria desses males, como câncer, problemas na coluna, doenças de pele, cálculos renais e alergias respiratórias. Relaciona ainda os órgãos com as possíveis enfermidades, como a garganta, que está associada à fala, ou seja, o transtorno que a atinge pode vir daquilo que não expressamos. "O cálculo renal está vinculado a algum conflito com figuras de autoridade, como problemas com pai e mãe, por exemplo. Os distúrbios de estômago estão associados a tudo que é visceral, a paixões intensas e pessoas excessivamente críticas e reclamonas. Já a síndrome do pânico geralmente está ligada com o que a pessoa passou durante a sua formação no ventre da mãe, como uma gravidez complicada com brigas e fortes traumas", expõe.

Saiba mais: como equilibrar cada chacra principal

Chacra 1

dormir ou acordar mais cedo; mastigar mais vezes cada garfada do alimento; beber mais água

Chacra 2

ler um livro por prazer; cortar um vício (álcool, cigarro, jogos, redes sociais, etc); controlar a alimentação e a quantidade de comida por dia

Chacra 3

organizar o tempo para atividades e descansos; colocar limites de horário para responder emails ou redes sociais; gerar mais atividades que estejam conectadas ao que você realmente gosta de fazer

Chacra 4

elogiar uma pessoa diferente por dia; fazer ações e atividades junto com outras pessoas que você goste; dar mais presentes ou demonstrações de carinho para pessoas próximas

Chacra 5


cortar fofocas, lisonjas ou “puxa-saquismos”; mandar mensagens de voz nas redes sociais ou ligar para as pessoas para se comunicar; cortar palavrões ou palavras negativas que você fala constantemente

Chacra 6

mudar pensamentos negativos por positivos; estudar um caminho espiritual (o que for do seu gosto e preferência); refletir sobre sua própria missão de vida e aplicá-la

Chacra 7

meditar ou orar ao Divino; fazer um serviço de caridade presencial sem divulgar (apenas pela real atitude altruísta); contemplar situações desafiadoras na vida e pontuar quais os aprendizados profundos em cada uma delas

Fonte:
Luck - trainer de alta performance da Pandora – Evolução Consciente. Estudioso dos caminhos espirituais, formado em Coaching com Psicologia Positiva

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
"É impossível fazer uma avaliação das condições de saúde de uma pessoa sem levar em consideração suas emoções" - Geraldo Granja, terapeuta holístico e acupunturista (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Entrevista: Geraldo Granja - Terapeuta holístico e acupunturista

1) Qual é a influência das emoções, pensamentos e sentimentos negativos no aparecimento de doenças?

Nas medicinas tradicionais, como a medicina chinesa, com a qual lido diariamente, é impossível fazer uma avaliação das condições de saúde de uma pessoa sem levar em consideração suas emoções. Também são avaliados sua alimentação, suas relações sociais e familiares, o ritmo de vida, etc. O indivíduo é sempre visto em um todo: orgânico, mental e emocional e até espiritual. Isso porque muitas enfermidades nascem de conflitos emocionais ou estados aflitivos prolongados, como medos, preocupações, tristezas. E estados de enfermidades orgânicas vão desencadear emoções. Ou seja, a saúde e a enfermidade provocam o nosso sentir e o nosso refletir sobre a nossa existência.

2) Como a espiritualidade influencia nesse contexto?

A espiritualidade coloca o homem em contato com a sua transcendência. Nós nos percebemos não como seres com um fim em si mesmo e autossuficientes, mas como parte de uma consciência maior que a tudo vivifica e a tudo se conecta. Na tradição judaico-cristã, as palavras salvação e saúde têm a mesma raiz - sem esse transcendente adoecemos e perecemos porque nossas ações egoístas nos desconectam do todo.

3) Como alcançar equilíbrio entre físico, mental, energético, emocional e espiritual? Como obter a cura emocional e o desenvolvimento pessoal?


Aqui nós precisamos fugir da necessidade neurótica de estar sempre bem, 100% ativos, quase em uma condição positiva perene. O mundo hoje parece impor a todos um estado de felicidade e sucesso. E a vida e as energias são fluxos, mudanças. Até mesmo a doença é manifestação da vida se renovando, se transformando. A cura e o desenvolvimento pessoal partem da conquista da consciência em um dado momento, em uma certa circunstância. Se a vida para numa ilusão de bem-estar, vai decair, forçando a pessoa a recomeçar a curar novamente.

4) Como identificar as causas emocionais por trás dos problemas de saúde? Como é o tratamento que você utiliza?


São muitos os recursos para buscar as causas emocionais das enfermidades. A abordagem psicoterapêutica tem lugar privilegiado. Também vale citar métodos não convencionais que dialogam como o inconsciente das pessoas, procurando essas informações: a radiestesia com o uso do pêndulo, a astrologia com os mapas, o tarô com as cartas e seus significados simbólicos. Há mais de 20 anos, eu utilizo o Teste Bidigital, que é uma técnica derivada da cinesiologia aplicada. Na cinesiologia usamos o reflexo muscular para dialogar com o corpo e procurar informações mentais e emocionais que ajudem a pessoa em seu autoconhecimento. Lembrando que, em nenhum desses processos, se busca o diagnóstico clínico das doenças, mas o contexto emocional.

5) Qual a causa real das dores e doenças? Quais são as causas mentais, emocionais e espirituais que desencadeiam doenças físicas?

Essa é uma pretensão que temos que evitar: "a causa real", como se houvesse um impulso primeiro dentro de uma linha reta de causa e efeito. O que nos é possível perceber são contextos, um conjunto de fatores que se relacionam e se complementam. Quais informações desse contexto me ajudam a buscar o equilíbrio? Em quais situações eu posso atuar introduzindo uma nova informação que gera uma cura?

6) Como as terapias alternativas ajudam nesse sentido?


Florais, homeopatias, entre outros, são preparados vibracionais. Não são substâncias químicas que interagem com a química do corpo, mas são princípios vitais registrados em água para atuar no corpo energético e psíquico. Atuam em padrões da personalidade e em memórias emocionais. Samuel Hahnemann e Edward Bach foram médicos que, com muita sensibilidade, perceberam que a enfermidade física está entrelaçada com as emoções. Não se cura o corpo sem curar também a emoção. Eles pertencem a uma tradição em que se trata e cura a pessoa, não simplesmente a doença.

7) Quais são as práticas e exercícios que garantem o equilíbrio energético do corpo?

Em nossos dias, mesmo com todo o desenvolvimento tecnológico e com uma sociedade cada vez mais artificial, complexa e distante da natureza, vemos acontecer o renascimento e o encontro de muitos conhecimentos ancestrais que apontam para um estilo de vida ecológico e holístico. Com isso, muitas são as práticas e exercícios. Desde a ioga, que vem da Índia, o tai chi chuan e o Qi kun, vindos das culturas orientais da China e Japão. No ocidente, abordagens psicoterapêuticas, como a análise bioenergética de Lowen, baseada em exercícios, promovem um fluxo saudável da energia. O importante é cada pessoa encontrar aquilo que a coloca em contato consigo, com seu corpo, com sua energia individual.

8) Como transformar energias negativas em positivas?

Existe um constante fluxo de vitalidade que nos circunda, atuando fora de nós, no meio em que estamos inseridos, e dentro de nós, percorrendo músculos, nervos e cada célula. Esse fluxo é ativo ou passivo, expansivo ou introspectivo, está sempre em movimento e transformação. O que precisamos é desenvolver aquilo que chamamos "o observador", uma consciência que está presente e se relacionando com esse movimento, sendo capaz de se auto determinar, se autorrealizar. Energias negativas que nos roubam vitalidade devem ser evitadas e e devemos buscar o que gera vitalidade.