

saiba mais
Ginástica para a garganta promete solucionar o ronco
Pesquisadores brasileiros desenvolvem técnica para tratamento do ronco
Síndrome da apneia obstrutiva do sono atinge mais mulheres na pós-menopausa
Médicos e pesquisadores tentam provar eficácia de 'vestíveis' para detectar problemas de sono
Mais de 60% dos brasileiros têm problemas de sono
A apneia, quando não tratada, é considerada uma doença grave que pode causar, além da queda na qualidade de vida pela sonolência diurna excessiva e má qualidade de sono, um risco aumentado para problemas cardíacos, como pressão alta, batimento cardíaco irregular, infarto do miocárdio e até impotência. Nos EUA, mais de 100 mil pessoas* são mortas ou feridas a cada ano em acidentes automobilísticos atribuídos a motoristas que dormiram ao volante ou que estavam desatentos devido a uma sonolência severa. Estima-se que, no Brasil, de 27% a 32% dos acidentes de trânsito e de 17% a 19% dos mortos no trânsito são provocados por cochilos dos condutores enquanto dirigem.
TRÊS TIPOS
Andréa Johnson, da Clínica do Ronco, especializada no tratamento de ronco e apneia do sono obstrutiva, bruxismo e dor temporo-mandibular (DTM), esclarece que existem três tipos de apneia: a central, a obstrutiva e a mista. “A mais comum é a apneia obstrutiva. O sintoma clássico é a sonolência diurna, outros são cefaleia matinal, cansaço ao acordar, boca seca, esquecimento (memória falha) e falta de concentração. Vários fatores predispõem a apneia obstrutiva, entre eles, o aumento da idade, do peso, fumo, álcool alguns medicamentos, menopausa e o fator hereditário como a anatomia da garganta e a perda da tonicidade da musculatura da região”, ressalta a especialista.
Andréa é cirurgiã-dentista, especialista em prótese e especializada em odontologia do sono, com cursos e estágios em São Paulo, Alemanha e EUA. Também é membro da Associação Brasileira do Sono e diretora científica da Associação Mineira de Odontologia do Sono (Amos). Ela alerta que a apneia é uma síndrome que, sem tratamento, pode predispor a pessoa a problemas graves, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). James Edward Johnson, neuropsicólogo formado nos EUA, protético-chefe do Laboratório de Placas Intraorais Moldmaker, com cursos e estágio na Alemanha, EUA e Brasil, esclarece que as causas são, principalmente, uma anatomia que favorece o estreitamento do calibre da via aérea e uma falta de tonicidade da musculatura da região da orofaringe, que são muitas vezes fatores hereditários. James também é membro da Associação Brasileira do Sono e vice-presidente da Associação Mineira de Odontologia do Sono (Amos).
James explica que não há como evitar a doença na maioria dos casos. “Isso porque vários fatores contribuem para o aparecimento da apneia. Porém, se for causada por um único fator, como aumento de peso ou uso de bebida alcoólica ou de medicamentos que causem o relaxamento muscular, é possível que, ao retirar a causa, evite-se a doença. Geralmente, o que pode levar à morte são as sequelas, não a doença em si, mas um evento de apneia pode levar à morte, sim. Na maioria dos casos, os tratamentos são de alívio, feitos por meio do uso de placas intraorais de avanço mandibular ou do CPAP – um compressor de ar ligado a uma a máscara nasal ou facial, mas, em alguns pacientes, o emagrecimento ou as cirurgias ortognáticas (avanço cirúrgico dos maxilares) podem levar à cura.
Quanto ao ronco, Andréa explica que é o ruído causado pelo estreitamento da região atrás da língua, do final do palato e da úvula. “Os fatores que predispõem ao ronco são os mesmos que levam à apneia e os tratamentos mais usados são os de alívio, que não curam. Esses, normalmente, são feitos por meio de aparelhos intraorais e/ou exercícios, que melhoram a tonicidade da musculatura. Se parar de usar o aparelho ou de se exercitar, o ronco tende a voltar. Em alguns casos, dependendo da causa do ronco, pode-se obter a cura com a perda de peso e cirurgia.