Mau posicionamento dos dentes pode causar dores, doenças e assimetria da face

Exames mais precisos permitem maior controle na ancoragem dos movimentos dentários no tratamento da má oclusão. Já as facetas estão cada vez mais rápidas

por Carolina Cotta 19/04/2015 15:09

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Jair Amaral/EM/D.A Press
A paciente Vanessa Guimarães durante consulta com o especialista em implantodontia e odontologista Paulo Coelho Andrade (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Desconforto, vergonha e graves impactos na saúde bucal. Essas são algumas consequências de um mau posicionamento dentário. Entre os problemas mais comuns estão o apinhamento (falta de espaço para os dentes), a diastema (espaços entre os dentes frontais) e a má oclusão. Se não tratados corretamente, esses distúrbios podem levar a dores nos músculos, ossos e articulações do rosto; assimetria facial; doenças periodontais como cáries, gengivite, tártaro; problemas na fala, no sono e até na mastigação. A evolução da odontologia, contudo, tem facilitado o tratamento da má oclusão, enquanto a colocação de facetas fica cada vez mais rápida.

Segundo o ortodontista e professor Luiz Fernando Eto, um dos fatores para o mau posicionamento dos dentes é genético, quando se herda dos pais o tamanho dos dentes e também dos ossos da face. Muitas vezes, essas duas variáveis não são compatíveis e é necessário ajustá-las. Hábitos bucais, como sucção de chupeta e dedo, roer unha, ranger e apertamento de dentes, deglutição atípica da língua e respiração bucal, entre outros, também predispõem a uma má oclusão. “De forma geral, qualquer desequilíbrio da musculatura da face pode levar a um desenvolvimento alterado na posição dos dentes, ossos da face, língua e articulação”, explica o especialista.

A correção dessa má oclusão envolve a parte óssea, muscular e dentária. Na ortopédica, são equilibrados os ossos que contêm os dentes (maxila e mandíbula) e a musculatura envolvida no processo, o que exige aparelhos específicos, alguns removíveis e outros fixos. Na ortodôntica, os dentes são posicionados corretamente sobre esses ossos e, para isso, normalmente são usados aparelhos fixos colados nos dentes. O que determina o tempo de um tratamento como esse é a complexidade do problema e a amplitude do movimento dos dentes. Mas é fato que hoje tudo está mais fácil, bonito e rápido com o avanço das técnicas e de materiais.

O planejamento ortodôntico, por exemplo, teve considerável melhora nos diagnósticos a partir dos exames com imagens em 3D. Em termos de mecânica, os mini-implantes para ancoragem viabilizaram e tornaram mais rápidos movimentos ortodônticos mais complexos. “Biologicamente, existe um tempo mínimo para que o dente se movimente dentro de seu osso e isso não depende do tipo do aparelho fixo que está sendo utilizado. O mais importante é um correto diagnóstico e plano de tratamento executado pelo profissional especialista”, alerta Eto, ex-presidente da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial – Seção Minas Gerais (Abor-MG).

Isso também ampliou o público que busca um sorriso alinhado, seja em que idade for. Os tratamentos ortodônticos com aparelhos tradicionais continuam com sua indicação, mas os tratamentos estéticos têm uma grande procura por pacientes adultos. Segundo Eto, braquetes de safira, que são translúcidos e refletem a cor dos dentes, braquetes colados por trás dos dentes (a chamada ortodontia lingual) e alinhadores, que são aparelhos removíveis e transparentes para movimentação dos dentes são técnicas muito utilizadas atualmente por quem busca tratamento com ênfase na estética.

FACETAS A evolução tecnológica também tem permitido uma restauração do sorriso, da saúde bucal e da autoestima dos pacientes quase que imediata. Algumas tecnologias de facetamento, por exemplo, permitem preparar um dente em 15 minutos. Segundo o implantodontista Paulo Coelho Andrade, as vantagens vão além da economia de tempo e efetividade. “A técnica é uma grande novidade. É menos invasiva e mais rápida que as correções convencionais, proporcionando ótimos resultados estéticos. Além do mais, essa inovadora cerâmica demonstra uma dureza duas e meia a três vezes mais elevada se comparada a porcelanas habituais”, defende o especialista.

Ele se refere à tecnologia Cerec, adotada em sua clínica, que consiste em um scanner de alta precisão que auxilia na modificação, análise e criação dos dentes para produção de restaurações e implantes. Em apenas três passos é criada uma “capa” idêntica à dentição natural para revestir dentes danificados, corrigindo problemas estéticos e funcionais. O conjunto de máquinas de origem alemã adotado nessa tecnologia permite a execução do tratamento em uma única sessão. O processo de fresagem dos blocos de cerâmica gira em torno de 15 minutos, somados a mais 15 minutos para acabamento e caracterização da porcelana de acordo com os dentes do paciente.

Fica mais fácil para o profissional e, principalmente, para o paciente. A empresária Vanessa Quites recorreu à tecnologia para corrigir sua oclusão e aumentar alguns dentes já desgastados. “A correção é prática, rápida e eficiente. Em pouquíssimo tempo meu sorriso virou outro. Não percebemos o quanto os dentes influenciam no visual como um todo, até que façamos correções”, afirma. Segundo Paulo Coelho, há casos de facetas que duram até 20 anos, mas, se quebrarem, assim como um dente comum, precisam ser repostas. Além disso, o facetamento protege o esmalte: ao cobrir o dente, é paralisado o desgaste natural com o passar dos anos.