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A vaidade das crianças, porém, exige cuidado redobrado. De acordo com o guia de cosméticos infantis da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os esmaltes permitidos para crianças são aqueles à base de água e que saem sem necessidade do uso de acetona ou removedor. O documento ainda alerta: “Por não possuírem solvente, o cheiro dos esmaltes infantis é bem diferente do presente nos esmaltes para adultos”.
Segundo Laís Veludo, dona de uma esmalteria, não é raro ver crianças no salão. “As meninas vêm aqui desde novinhas para acompanhar as mães e acabam querendo passar esmalte também.” Ela conta que, quando as crianças são muito pequenas, as manicures passam um esmalte à base de água, que sai no banho. A partir dos 5 anos, lembra, as meninas costumam usar esmaltes normais. “Nós damos preferência a esmaltes hipoalergênicos. A maioria gosta dos brilhosos, e o esmalte cremoso é o menos pedido, por não ter glitter.” A dona da esmalteria ainda relata que a partir dos 13 anos é comum as mães deixarem as garotas tirarem a cutícula. “Mesmo que não seja o ideal, já que tirar a cutícula não é bom em nenhuma idade”, afirma.
O dermatologista Rodrigo Frota explica que a maioria dos esmaltes tem substâncias que podem causar alergias e, por isso, não é recomendável que as crianças pintem as unhas antes dos 12 anos. O médico explica que a principal reação é a alergia na pálpebra. “Como as crianças estão sempre colocando a mão no rosto, o esmalte pode entrar em contato com os olhos e causar reações alérgicas”, justifica. Mas, se a criança não abrir mão de pintar as unhas, o recomendável é que ela use esmaltes infantis, à base de água, ou os hipoalergênicos, que não necessariamente evitam a alergia, mas são livre das principais substâncias que podem causar alguma reação. “A recomendação é não estimular, mas, se a criança usar, os pais devem ficar atentos. Se alguma reação alérgica aparecer na pele do filho, eles devem procurar um dermatologista.” É recomendável também que os pais usem removedores de esmaltes no lugar da acetona.
Os esmaltes também devem ter substâncias de gosto amargo para evitar a ingestão acidental por parte das crianças. Cada tonalidade deve ser testada, a fim de se avaliar o seu potencial de irritação, de sensibilização e de toxicidade oral. O rótulo precisa trazer orientações e advertências de uso. Logo, para ser caracterizado como infantil, o produto é à base de água, sem nenhuma substância tóxica. Já os teen costumam ser livres das principais substâncias que causam alergia: tuloeno, formoldeido e DBP.
Laís Veludo conta que o interesse das crianças por esmaltes pode vir da influência de programas de televisão internacionais. “Eu sei que tem uns desenhos japoneses em que as mulheres estão sempre com as unhas feitas e pintadas. Além das princesas tradicionais e dos blogs e programas de moda”, aposta. Em sua esmalteria, ela sempre recomenda que as crianças usem esmaltes hipoalergênicos e livres de substâncias mais pesadas, como o tuloeno, além de removedores sem acetona, que não ressecam as unhas. A mãe de Paulinha também toma esse cuidado. “Como eu sou muito alérgica, compro esmaltes e maquiagens que não causam alergia, e a Paulinha usa esses produtos”, diz Priscila.