'Beijinho no ombro' é um hino contra a inveja; leia entrevista com Valesca Popozuda e dicas para se livrar das más energias

Funkeira revela que não só foi vítima como também já sentiu inveja. Benzer, como todo mundo já ouviu falar, é o caminho mais procurado por quem sente a presença das más energias

por Luciane Evans 17/03/2014 11:09

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Neste domingo, o Saúde Plena abordou a inveja, sentimento negativo que prejudica quem sente e quem é alvo. Hoje, além de uma entrevista com a funkeira Valesca Popozuda, que estourou com a música 'Beijinho no ombro', leia também dicas para se livrar das energias negativas.



Na letra, Valesca deu um recado às “recalcadas”, assim chamadas as mulheres invejosas. O hit virou sucesso e, claro, Valesca ganhou fama e olhares. Nesta entrevista, ela conta que já foi vítima e também já sentiu inveja.

Arquivo pessoal
(foto: Arquivo pessoal)
Você se sente uma mulher invejada? Por quê?
Não me sinto invejada, mas também não deixo de me proteger contra isso. Sempre que posso, peço a Deus proteção contra o mau- olhado.

Em algum momento da sua carreira ou da vida amorosa você sentiu que a inveja a prejudicou?

Na carreira, logo no início, sim. Tinha muita menina no meio do funk que queria assumir o grupo em que eu era vocalista. Na vida amorosa, não. Sou muito reservada sobre isso e nunca fui de expor meus namorados. Ou seja, não dou espaço para isso.

E você já sentiu inveja de alguém? Como lidou com esse sentimento?

É complicado. Não é necessariamente invejar. Já desejei, sim, alguma coisa que já foi de outra pessoa, até porque ninguém é perfeito. Mas isso foi muito antes da fama. Às vezes, não tinha dinheiro para determinada coisa e "sonhava" com aquilo.

O que você faz para se proteger da inveja?
Creio sempre em Deus e em minha mãe Iemanjá, que me protege de todo olho gordo.

O beijinho no ombro significa o que para as invejosas?
É um recado objetivo e direto (risos). É o hino contra a inveja e acredito que elas devam se morder de raiva quando escutam o refrão.

DICAS
Para se livrar das más energias, segredo é combinar a bênção, o uso de objetos e a consciência de si mesmo


cristina horta/em/d.a press
Maria José Lima usa galhos de arruda, alecrim e rosas brancas em suas bênçãos (foto: cristina horta/em/d.a press)
 Folha de arruda atrás da porta. No banho, sal grosso. Incenso para dias pesados e “olho grego” espalhado pela casa. Todo mundo conhece ou já usou alguma forma para se proteger da tão perigosa inveja. Além das tradicionais proteções, autoconhecimento, amor , gratidão, meditação e pensamentos positivos podem fazer com que essa má energia fique bem longe de você. “Por falta de conhecimento, a maioria das pessoas é receptiva à inveja. É preciso uma consciência do poder que se tem”, comenta o psicanalista, hipnoterapeuta e professor da Associação Mineira de Psicanálise Júlio Gomes.

Benzer, como todo mundo já ouviu falar, é o caminho mais procurado por quem sente a presença das más energias. Quantos pais já não recorreram às benzedeiras para proteger seus filhos? De acordo com a benzedeira Maria José Limma, as crianças, como têm alegria e inocência, são alvos fáceis para o mau-olhado. “Benzer é se tornar leve”, define Maria José. Aos 45 anos, ela conta que a bênção dada por ela, tanto em adultos como nos pequenos, é feita com arruda, alecrim e rosas brancas. Isso porque, tradicionalmente, muitas plantas ajudam nesse combate ao “olho gordo”.

Segundo lembra a benzedeira, a sábia natureza tem o poder de energizar. Por isso, as cachoeiras e até mesmo o mar são banhos bons para tirar o que muitos chamam de “inhaca”. “A folha de arruda é extremamente sensível às más energias. As plantas espada de São Jorge e mirra também dão proteção para a casa”, comenta. Porém, para os banhos de sal grosso, ela avisa que não podem ser usados como o único elemento. “O sal grosso limpa tudo, tanto as energias ruins quanto as boas. Por isso, é bom acrescentar um pouco de açúcar”, ensina.

Para explicar o invejável, Júlio Gomes recorre ao mestre em engenharia elétrica e Ph.D em psicologia Dean Radin, que aponta que em 1985 o folclorista britânico Frederick Thomas Elworthy criou o termo the evil eye (o mau olhado). “Ele descreveu como sendo universal a crença de que o olho tem o poder de emitir uma força maligna visando penetrar e comprometer os corpos de criaturas vivas e objetos inanimados.” De acordo com Júlio, a biofísica mostra que somos todos um complexo eletromagnético e, sendo assim, nos comunicamos por meio de ondas.

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O psicanalista, hipnoterapeuta e professor Júlio Gomes diz que as pessoas são receptivas à inveja por desconhecimento (foto: cristina horta/em/d.a press)
 “Você transmite e recebe essas ondas eletromagnéticas. E toda onda carrega consigo uma informação. Se você tem um mau pensamento, vai transmiti-lo. Para outro alguém recebê-lo tem que estar sintonizado nessa mesma frequência”, afirma Júlio, dizendo que quando a qualidade desse eletromagnetismo é trabalhada, por meio dos pensamentos positivos e os bons sentimentos, é possível não sentir a inveja nem ser invejado. “Tudo que você manda para fora tende a voltar para você. Quando você eleva o seu padrão de pensamento, você melhora esse eletromagnetismo”, diz.

EQUILÍBRIO
Júlio ainda defende para essa blindagem, práticas como oração, lazer, boa música e boa leitura. Esse equilíbrio também é a proposta da terapia quântica. De acordo com a terapeuta e fundadora do Instituto de Pesquisas em Terapia Quântica Carmem Farage, toda emoção tem que ser equilibrada. “A alegria é uma postura muito boa diante da vida, porém o excesso dela é um sinal de que algo está errado. A felicidade serena vem do autoconhecimento e é fruto de uma postura equilibrada”, diz, comentando que a inveja pode ser trabalhada no resgate da causa. “Fazemos terapias que ajudam a ir na origem do que gerou esse sentimento de inferioridade e teve como consequência a inveja, que na nossa visão é a ponta do iceberg. Às vezes, a pessoa invejosa hoje pode ser reflexo da sua vida passada.”

Como proteção a esse sentimento, Carmem aponta a consciência de si mesmo como primordial. “Saber quem se é e não se importar com o que o outro pensa é uma forma de se proteger. Não se pode temer o outro. É fundamental uma experiência espiritualista para conhecer o propósito da existência humana no planeta e sair do lugar de vítima”, ressalta, completando que o autocontrole sobre as emoções é outro ponto forte. Para a taróloga Arlete Siqueira, com a fé a inveja não consegue destruir muito. “Orar é primordial”, ensina.