Em homenagem à amiga com câncer, mulheres raspam a cabeça; assista ao vídeo

Veja as imagens e conheça também a iniciativa 'Sob o vestido vermelho', criada por uma australiana que não tem medo de mostrar suas cicatrizes

por Letícia Orlandi 13/03/2014 13:30

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Albert Bredenhann / Reprodução / Youtube
(foto: Albert Bredenhann / Reprodução / Youtube)
A sul-africana Gerdi McKenna foi convidada, no último mês de fevereiro, para uma sessão de fotos com amigas e mulheres de sua família. Diagnosticada com câncer de mama em 2013 e já realizando as sessões de quimioterapia, o objetivo do encontro era celebrar a alegria de viver de Gerdi, com as pessoas mais queridas. Só que ela teve uma grande surpresa.

 

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O vídeo mostra o making off da surpresa: antes do horário marcado para a sessão de fotos, mãe, irmã e amigas se reuniram em um salão para raspar a cabeça. O ato de solidariedade deixou a sul-africana sem fala. “Gerdi é uma pessoa incrível, isso é o mínimo que eu posso fazer. Se deixar a vida dela um pouco melhor, faço com prazer”, disse uma amiga. “Isso não é nada, diante do que ela está vivendo. Abro mão do meu orgulho”, disse outra, sem esconder o nervosismo.

Após recobrar-se do 'susto', Gerdi manifesta-se: “gostaria que esse vídeo seja uma inspiração, uma lembrança para que nós cuidemos mais uns dos outros”.
Albert Bredenhann / Reprodução / Youtube
As corajosas amigas e também a mãe de Gerdi McKenna posaram juntas para a foto que celebra a superação e a força (foto: Albert Bredenhann / Reprodução / Youtube)
Imagens fortes
Atos de solidariedade como este se somam a iniciativas como as de Beth Whaanga, que posou de topless mesmo depois de ter passado por uma mastectomia dupla. Fotografada por Nadia Masot, Beth explicou que o objetivo é “mostrar o corpo da mulher de forma que represente sua força e poder pessoal". A imagem foi divulgada pouco tempo depois da polêmica sobre a campanha online 'Nipnominate', que convida mulheres saudáveis a postarem fotos de sutiã ou com os seios à mostra, com a hashtag #bangerstocancer. Por meio dela, apreciadores das imagens poderiam doar para um projeto de prevenção e tratamento.

A iniciativa foi vista como ofensiva às mulheres e como uma ação que reforça a importância estética dos seios, num contexto em que as vítimas do câncer, muitas vezes, são obrigadas a retirar as mamas. No caso das fotos de Beth, a avaliação dos especialistas, tanto em saúde quanto em marketing, foi diferente. “Quando seu corpo carrega as cicatrizes de uma cirurgia salva-vidas, e você tem a coragem e a confiança para compartilhar essas imagens com outras pessoas, a fim de confortar e inspirá-las, a ideia de posar com um biquinho, brilho labial e sutiã push-up, como no caso do Nipnominate, é risível”, diz Daisy Buchanan, colunista do The Guardian.

Beth Whaanga afirmou: “minhas cicatrizes querem dizer que estou viva. O câncer de mama não é sexy e o corpo da mulher não deve ser apresentado apenas para agradar o outro”, conclui a corajosa enfermeira australiana, mãe de quatro filhos e criadora do projeto 'Under de the red dress' (Sob o vestido vermelho). Algumas horas depois de postar as fotos reveladoras, no início de fevereiro, mais de 100 amigos 'desfizeram a amizade' com Beth no Facebook, ou seja, nem todas as respostas foram positivas em relação à atitude. Não por acaso, nesta quarta-feira (12), Whaanga compartilhou o vídeo acima, emocionada com o ato de solidariedade das amigas de Gerdi McKenna.

Nadia Masot / underthereddress.com
Beth Whaanga afirma: "minhas cicatrizes querem dizer que estou viva" (foto: Nadia Masot / underthereddress.com)