O tratamento utilizado pelos cientistas consiste em um pequeno RNA de interferência que envolve uma nanopartícula de ouro com ácidos nucleicos. O conjunto forma uma esfera invisível a olho nu capaz de atravessar a barreira hematoencefálica e chegar ao tumor cerebral. O medicamento aciona o interruptor do gene problemático e consegue silenciá-lo, derrubando as proteínas que mantêm as células cancerosas ativas.
Os ratos utilizados no experimento tiveram a taxa de sobrevivência ampliada em cerca de 20%, e o tamanho do tumor foi reduzido de três a quatro vezes, em comparação com o grupo controle. “Esse é um belo casamento de uma nova tecnologia com os genes de uma doença terrível. Essa prova de conceito estabelece ainda uma grande plataforma para o tratamento de uma ampla gama de doenças, incluindo a artrite reumatoide e a psoríase”, afirmou, em comunicado à imprensa, Chad Mirkin, especialista em nanomedicina e coautor do estudo.
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Os pesquisadores adiantam que o próximo passo é testar a terapia em ensaios clínicos, utilizando o tratamento em humanos. “Meu grupo de pesquisa está trabalhando para descobrir os segredos do câncer e, mais importante, uma maneira de pará-lo”, declarou Alexander H. Stegh, professor da Universidade de Northwestern e coautor sênior do estudo. “O glioblastoma é um câncer muito difícil, e a maioria dos medicamentos quimioterapêuticos falham na clínica. A beleza do gene silenciado nesse estudo é que ele desempenha muitos papéis diferentes na resistência à terapia. Tirando o gene do quadro deve permitir que terapias convencionais sejam mais eficazes.”