Torcedores se 'transformam' em gringos na festa da Fifa

Evento mais uma vez teve lotação máxima

por Ana Clara Brant Eduardo Tristão Girão 18/06/2014 10:20

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Beto Magalhães/EM/D.A Press
Vinte e uma mil pessoas foram ao Expominas e, ao contrário do primeiro jogo da Seleção, público era em sua maioria de brasileiros (foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press)
Desde que começou na quinta-feira passada, a Fan Fest, festa oficial da Fifa realizada no Expominas, na Gameleira, Região Oeste de BH, tem contado com uma presença maciça de estrangeiros. Entretanto, ontem, 90% do público era de brasileiros. Mas havia quem tirasse onda de gringo, como os ‘belgas’ Felipe Alessandro, de 25 anos, de Paraisópolis, no interior de Minas, e Fábio de Oliveira, de 30, de São José dos Campos, no interior paulista. Paramentados com bandeiras da Bélgica, óculos escuros e falando inglês, a todo momento os primos eram assediados – especialmente por mulheres – querendo tirar fotos ou curiosos sobre a cultura de seu “país de origem”. Até a reportagem caiu na pegadinha. “Quando chegamos ao Mineirão, enganamos até os belgas. Eles só perceberam quando viram que não falávamos francês. Estamos fazendo o maior sucesso”, brinca Felipe.

No segundo dia da Fan Fest em jogo da seleção canarinho, além do maior número de torcedores do Brasil, a lotação máxima do Expominas – 21 mil pessoas – foi atingida mais rapidamente do que na partida de estreia, contra a Croácia. E dessa vez, diferentemente do jogo passado, muita gente ficou do lado de fora: cerca de 2 mil não conseguiram entrar. Segundo a polícia, nenhuma ocorrência mais grave foi registrada no local.

Professor de educação física, o mineiro Diego Marcossi, de 29 anos, fez questão de chegar mais cedo para evitar problemas e chamou a atenção por estar com a camisa amarelinha e a bandeira do México. Integrante do grupo de dança folclórica Sarandeiros, ele acabou conhecendo um grupo de Guadalajara, do qual se aproximou muito. “Sempre que vou ao México fico hospedado com eles e virou uma família do coração. Somos povos muito parecidos e espero que os dois times se classifiquem neste grupo”, comentou.

O norte-americano Peter Brunnet, de 22, que está pela primeira vez no país, disse estar encantando com o Brasil. O estudante, que é do estado de Wisconsin, contou que escolheu fazer intercâmbio por aqui e nessa época justamente para aproveitar a Copa e não se arrependeu. “Estou adorando o clima, as festas, e minha seleção ainda ganhou. O Brasil está me surpreendendo em todos os aspectos”, declarou.

ARGELINOS
O que esperar de uma banda argelina? O grupo El Dey, última atração da Fifa Fan Fest na noite de ontem, surpreendeu o público com mistura de pop, reggae, flamenco, jazz e, claro, música da Argélia. Mostraram que a produção artística do país africano não se limita às melodias árabes e ao raï (estilo popularizado pelo cantor Khaled). Pena que, às 21h, quando subiram ao palco, o público já tivesse diminuído muito. “O Brasil é um país muito legal e é muito conhecido na Argélia. O povo daqui é ótimo e temos muito em comum”, conta Sami Boukhechba , vocalista e guitarrista do grupo. Simpático, ele deixou apenas um recado: “Vamos ganhar a Copa. Com certeza”.

Nem mesmo o empate no jogo da Seleção Brasileira contra o México desanimou torcedores. Enquanto a Savassi se tornou o ponto de encontro dos gringos e de alguns belo-horizontinos, outros apostaram na diversão em diferentes bairros da capital. As ruas e avenidas ficaram coloridas de verde e amarelo durante e depois da exibição da partida entre Brasil e México. No Mangabeiras, mais de 1,5 mil pessoas se reuniram na Praça Juscelino Kubitschek (JK). No bairro Cidade Nova, a Rua Alberto Cintra caiu no gosto de torcedores. No Santa Inês, eles se concentraram na Avenida Contagem, em diversos bares.

Na Praça JK, torcedores puderam acompanhar o jogo por um telão e, logo depois, a festa continuou com o bloco da cantora Aline Calixto. Os amigos Gabriel Nunes, Cleide Lima, Flávia Ferraz e Rômulo Cachapuz não desanimaram com o empate do jogo. “O Brasil vai ganhar o próximo, chegar nas oitavas de final e a Seleção vai jogar no Mineirão”, acredita Rômulo. “Está tudo muito lindo, a cidade tá colorida e em cada canto tem pessoas de países diferentes”, afirma Cleide.

No Cidade Nova, o gosto do público pela Rua Alberto Cintra tem um motivo especial, o local é um dos maiores corredores de gastronomia da região, com bares dos dois lados. Os torcedores que acompanhavam o jogo por televisores gritavam, aplaudiam e iam a loucura quando o goleiro mexicano fazia a defesa. Os amigos Daniele Andrade, Paulo Loures, Franciele Costa, Luiz Augusto, Rodrigo Korac e Flávia Loures chegaram ao local por volta das 15h e, mesmo com o empate, continuaram na festa. “Estamos confiantes que o Brasil ganha o próximo jogo. Não merecia ter perdido, acho que os jogadores do Atlético é que deram azar”, brincou Paulo Loures.

SAMBA Já no Nova Suíça, a roda de samba é embalava os torcedores depois do jogo. Acompanhado dos amigos brasileiros, o colombiano Juancho Suaza gostou do som e tentava aprender a dançar o ritmo. “Ainda não consigo, mas quem sabe até o final da Copa”, completou.

 

Marcos Vieira/EM/D.A Press
Na Rua Alberto Cintra, no Cidade Nova, os amigos Flávia, Rodrigo, Luiz, Franciele, Daniele e Paulo continuaram apostando no Brasil, mesmo depois do 0 a 0 (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

 

Sem desânimo após empate

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Feridos em São Paulo

A queda de uma grade metálica de isolamento deixou 15 torcedores levemente feridos na Fan Fest de São Paulo, na tarde de ontem, durante transmissão do empate entre Brasil e México. Uma enfermeira que atendia no posto montado no Vale do Anhangabaú, no Centro, afirmou que as vítimas sofreram escoriações e não precisaram ser levadas aos hospitais da região. Mais de 30 mil pessoas foram ao evento.

Salvador “sem” jogo

A Fan Fest da Fifa em Salvador lotou durante a transmissão do jogo do Brasil contra o México e, por isso, muitos torcedores não conseguiram assistir ao jogo. A área próxima ao telão, montado no Farol da Barra, ficou muito cheia e dificultou a aproximação. O australiano Steve Tigens, de 30 anos, só conseguiu ver o jogo a partir do segundo tempo, depois de subir em um banco. "No primeiro tempo estava muito cheio e perigoso. Nunca vi um lugar tão cheio assim", diz ele, que veio ao Brasil pela primeira vez.

Sotaque estrangeiro

A camisa é verde e amarela, mas com sotaque estrangeiro. A torcida do Brasil na arena da Fifa, na Praia de Copacabana, ganhou o reforço de turistas de outros países. Mesmo com a seleção de seu país fora da Copa, o escocês David Tierrey, de 29 anos, chegou ao Rio para ficar até o fim da competição. "Amo a cultura brasileira, amo a Seleção Brasileira e amo as mulheres brasileiras", disse o eufórico Tierrey.

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