Camburi segue tradição familiar e proporciona clima descontraído

Especializado em peixes e frutos do mar, restaurante aposta em insumos frescos e técnicas da gastronomia capixaba

por Ana Clara Brant 21/12/2018 09:30

 Paulo Filgueiras/EM/D.A Press
(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Há um lema que diz que moqueca de verdade é a capixaba, o resto é peixada. Há quase 30 anos, a família Dalcin segue à risca essa máxima. Primeiro foi o patriarca, Glenio, que inaugurou em 1990, ao lado do irmão o Restaurante Badejo, na Savassi, especializado no prato típico do Espirito Santo e em outros frutos do mar. Três anos depois, ele abriu uma filial em São Paulo, que comanda até hoje. Este ano, foi a vez dos filhos Marcelo e Cristiano entrarem de vez nesse ramo.

Funcionando desde fevereiro na Rua Grão Mogol, no Carmo, o Camburi também é especializado em petiscos e receitas do litoral. O nome é uma homenagem à praia em Vitória (ES). “Lá em casa, todo mundo cozinha. Meu pai abriu o Badejo com meu tio, desfez a sociedade e decidiu investir em São Paulo. Fiquei três anos no Badejo paulista para ajudar na administração e aprender. Passei por todas as áreas. Quando voltei, decidi abrir algo meu”, conta o chef Marcelo.

O ponto escolhido fica nas proximidades de, pelo menos, mais três casas especializadas em peixes e afins: Coco Bambu, Alguidares e Peixe Boi. Isso até poderia estimular os proprietários, mas não foi o determinante. “Já estava namorando esse ponto há um tempo. Fica numa esquina, tem mesa na calçada, justamente para dar aquele clima bem praiano que a gente queria proporcionar”, revela Marcelo, que, além do irmão, conta na cozinha com a ajuda da mãe, Dulcelene, e da esposa Raphaella, grávida de Beatriz, a primeira filha do casal. “A previsão é que ela chegue em fevereiro. Já imaginou ser no dia do aniversário do Camburi? O meu pai abriu o Badejo no dia em que nasci, 10 de abril de 1990”, conta.

Badejo

A estrela do cardápio é a moqueca. Seja a de badejo com camarão-rosa, a de lagosta (individual custa R$ 94,90, e para duas pessoas, R$ 149,90); ou à moda da casa, com direito a badejo, lagosta, camarões-rosa e lula (R$ 229,90, para duas). As moquecas vêm acompanhadas de arroz, pirão e farofa de banana-da-terra. Bobó de camarão (que varia entre R$ 59,90 e R$ 119,90, de acordo com o camarão). O badejo é servido também frito com purê – R$ 69,90 para uma pessoa e R$ 104,90 para duas. Criação do chef, o parmegiana de camarões custa R$ 64,90, o individual, e R$ 109, para duas pessoas. E uma dica: os pratos são fartos.

O bolinho de bacalhau, servido como entrada, ganha toque brasileiro ao substituir a batata pela mandioca (R$ 21,90, com seis unidades). Há opções de camarões ao catupiri (R$ 59,90, a porção), casquinha de siri (R$12,90) e o couvert mix,  sugestão para quem quer experimentar de tudo um pouco. O petisco custa R$ 55,90 e leva bolinho de bacalhau, camarões empanados, iscas de peixe e lula empanadas com molho tártaro.

Apesar da distância do mar, Marcelo Dalcin garante que os insumos são frescos, pois chegam de 15 em 15 dias direto de Ilhéus, na Bahia, onde o restaurante tem o próprio centro de distribuição. “A gente descobriu que a região de Ilhéus e de Abrolhos tem a maior concentração de badejo do planeta. É um peixe que gosta de um determinado tipo de profundidade, de rochas. E é uma carne leve, macia, com pouco espinho e muito saborosa”, destaca Glenio. Durante o almoço, o Camburi oferece pratos executivos com outros tipos de carne, com preços entre R$ 16,90 e R$ 29,90. Tropeiro, feijoada, carne de panela e filé com fritas. Cada dia da semana tem uma opção.

Happy hour

Há dois meses, aproveitando o calor e o horário de verão, o restaurante passou a investir no happy hour, oferecendo vermelho assado na brasa. A churrasqueira, montada na esquina, é acesa às quintas e sextas, a partir das 18h. O peixe é colocado inteiro na grelha e é servido com brócolis assado, farofa e vinagrete (R$ 20). `

Em breve, o Camburi vai servir ‘‘compartilado’’, prato conjunto com  o vizinho Dona Tomoko – um izakaya (boteco japonês). “Japonês com frutos do mar vai dar supercerto, ainda mais que eles só servem pratos quentes”, explica Glenio. Entre as bebidas, cervejas comuns (R$ 10) e artesanais (R$ 22,50 a R$ 32,50), caipirinha (R$ 12) e caipivodca (R$ 14), além de suco natural (R$ 5) e refrigerante (R$ 4).

Funcionando praticamente todos os dias – fecha às segundas –, Marcelo Dalcin ressalta que o Camburi superou as expectativas. “O segredo é a qualidade dos ingredientes e da comida. E quem vai acaba voltando. Mineiro não só adora praia e mar, mas as iguarias do litoral também.”

BAR E RESTAURANTE CAMBURI
Rua Grão Mogol, 720, Carmo. (31) 3568-4001. Aberto terça e quarta, das 12h às 14h; quinta e sexta, das 12h às 14h e das 18h às 23h; sábado, das 12h às 22h; domingo, das 12h às 16h. Aceita reservas.

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