Mi Garba, sorveteria aberta no Bairro de Lourdes, oferece gelados no capricho

O dono Luca Lenzi chega cedo à sorveteria para servir apenas produtos feitos no dia

por Eduardo Tristão Girão 10/10/2014 07:30
André Hauck/ESp. EM/D. A Press
Luca Lenzi e alguns dos sabores oferecidos na Mi Garba (foto: André Hauck/ESp. EM/D. A Press )
Uma das maiores tristezas dos amantes de sorvete é visitar a Itália e, ao voltar ao Brasil, ter dificuldade para encontrar algo que se assemelhe em textura e sabor. O caso mais complicado por aqui é o do pistache: quase sempre tem o mesmo “gosto artificial”, a mesma cor vibrante (que nada tem a ver com a real) e, em exemplos extremos, pedaços de castanha de caju. Frustrante. Por esse motivo, chama a atenção a inauguração da sorveteria Mi Garba, em Lourdes, há pouco mais de uma semana.

Além de importar maquinário e matéria-prima, o proprietário italiano Luca Lenzi trouxe um conterrâneo com experiência no ramo para comandar a produção nos primeiros meses. Os cerca de 20 sabores expostos na vitrine da loja são feitos invariavelmente todos os dias por Daniele Turrisi, que trabalhou em sorveteria da família, que fica na Sicília. A casa aposta em duas apresentações do gelado: uma à base de leite integral e creme de leite e outra feita com água e açúcar (sorbet).

Os dois chegam ao local por volta das 6h30 para iniciar a produção, mais de três horas antes da abertura da casa, já que a proposta é a de que o público coma exclusivamente o que foi feito naquele mesmo dia. “É algo bem trabalhoso e chegamos a refazer sabores, se for preciso. O equilíbrio das medidas precisa ser perfeito, pois alguns gramas de diferença fazem tudo dar errado. Essa é a parte mais difícil. O sorvete é um alimento vivo que fica na vitrine”, diz Lenzi, que é casado com brasileira e tem restaurante na Itália.

Os cremosos sabores à base de leite predominam: avelã, chocolate, extrablack (chocolate com 70% de cacau), coco, café, flocos, amendoim, doce de leite (que não é o mesmo produto mineiro), caramelo, iogurte com amarena e chocolate branco com calda de framboesa são algumas das opções. Outra é de pistache, com cor e sabor compatíveis ao similar italiano. Não por acaso, é feito com caríssima pasta de pistaches torrados de Bronte (cerca de R$ 1 mil, o quilo), cidade siciliana famosa pelo fruto.

Alcaçuz Já, os sorbets estão disponíveis em apenas três sabores: manga, limão siciliano e morango. Para Daniele, reproduzir aqui o sorvete que estava acostumado a fazer na Itália não foi tarefa das mais difíceis: “É só ter as máquinas e os ingredientes. O leite daqui é muito bom e gostei muito das frutas, especialmente morango, maracujá, manga e banana. No meu país não costumamos fazer sorvete de manga porque lá a fruta não é tão boa. Já o melão de lá é ótimo, mas aqui não teria tanta saída”.

Por enquanto, há um único sabor diet (chocolate) e em breve a casa deverá preparar sorvetes de gianduia (chocolate com creme de avelã), alcaçuz (trazido em pó da Calábria), tiramisù, zabaione e zuppa inglese (sobremesa clássica feita com pão de ló, bebida alcoólica e creme). A quantidade de sabores diet deverá aumentar já na próxima semana. Os copinhos de qualquer sabor custam R$ 8 (pequeno), R$ 10 (médio) e R$ 12 (grande) – permite-se combinações de dois ou três sabores. Há também picolés (R$ 7,50).

Mi Garba
Rua Marília de Dirceu, 161, Lourdes. (31) 2516-7056. Aberto diariamente, das 10h às 22h.

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