Berga 8, a novidade do Carmo, mescla capricho e informalidade

por Eduardo Tristão Girão 07/01/2011 07:00
Fotos: Pedro David/Esp.EM/D.A Press
Clima intimista dá charme ao bar gastronômico da Rua Campanha (foto: Fotos: Pedro David/Esp.EM/D.A Press)

A confluência da tradição botequeira de Belo Horizonte com a comfort food (algo como “comida que conforta”, de mãe ou avó, por exemplo) deu origem ao Berga 8, casa recém-aberta na pequena Rua Campanha, no Carmo. Ambiente e cardápio deixam o freguês em dúvida: é bar ou restaurante? Difícil responder. Enquanto as banquetas altas na entrada e os petiscos podem fazer supor que se trata de botequim, o ambiente, com um quê intimista, e os 10 pratos variados apontam para a direção oposta.

“Aqui não é bar nem restaurante, mas bar gastronômico. As pessoas vão ao restaurante só para comer. Elas vêm para cá não só para isso, mas para beber e conversar”, afirma a proprietária, a advogada Emília Maria. Catarinense radicada na capital mineira, ela tem ascendência italiana – uma de suas avós é de Bergamo, cidade da região da Lombardia, ao Norte do país europeu. O nome da casa foi escolhido por isso, enquanto o oito se deve à numerologia.

Novata no ramo, Emília convocou o chef carioca Vladimir Wingler (ex-Atlântico e ex-Urbano Santiago) para desenvolver o cardápio. “Queria algo gastronômico, mas retrô. Comida feita em panela de pressão, servida em panelinhas, e por aí vai. Comida de boteco, embora mais sofisticadinha”, explica. Não por acaso, uma das inspirações foi o Bar da Dona Onça, instalado no Edifício Copa, em São Paulo: lá, a chef e proprietária Janaína Rueda se firmou como ardorosa defensora das receitas feitas em panela de pressão.

No entanto, apenas duas pedidas do Berga 8 são preparadas assim: as porções de língua ao vinho (R$ 20,55) e de dobradinha com batata (R$ 15,51) – a definição dos preços também obedece à numerologia. “A panela de pressão é um facilitador de cozimento. É boa até do ponto de vista ecológico, pois gasta menos gás”, acredita Emília. A chef da casa, Silvana Soares, no entanto, tem opinião um pouco diferente: “Ela economiza gás, mas a uso o mínimo possível. Defendo a panela comum pelo sabor. Prefiro os braseados”.

A maçã de peito (R$ 23,01, servida com mandioca cozida e torresmo de barriga), corte bovino muitas vezes feito na panela de pressão, tem preparo espelhado em receita da casa de Silvana, que demanda apenas panela comum. A carne é frita em fogo baixo com pouco óleo, respingando água para aproveitar o fundo que se forma na panela. Depois de dourada, o fogo é desligado e a carne cozinha no calor residual por cerca de uma hora. Na hora de servir, é salteada com azeite e alho.

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Entre as porções, destacam-se o charque desfiado com moranga salteada (R$ 22,80) e as minissalsichas e linguiças servidas com caldo de feijão preto (R$ 26,50). Pedidas tradicionais não faltam, como fritas, pastéis e moela. A seção de pratos individuais vai do mexido (R$ 14,86) ao risoto de filé ao molho de tomate com fonduta de queijo (R$ 24,02), passando por galinhada (R$ 14,94), bife rolê com espaguete (R$ 18,75) e bife à cavalo (R$ 19,84). A lasanha, que serve duas pessoas, custa R$ 28.

Há, ainda, oito sanduíches e carnes na chapa. Para beber, chope Krug Bier (R$ 3,80) e cervejas em garrafa de 600ml (entre R$ 4,90 e R$ 5,50), além de drinques e doses. A carta de vinhos, ainda em formulação, é restrita – por enquanto, oferece apenas quatro rótulos.

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Berga 8
Rua Campanha, 11B, Carmo, (31) 3286-2416. Aberto de terça a sexta-feira, das 18h à 0h; sábado, das 16h à 1h; domingo, das 12h às 19h.

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