Papel da mulher na cozinha em debate no Festival de Tiradentes

por Eduardo Tristão Girão 21/08/2010 18:03
Marcelo Sant'Anna/ EM / DA Press
(foto: Marcelo Sant'Anna/ EM / DA Press)
A ascenção de mulheres no comando de grandes restaurantes no Brasil e no mundo, fenômeno evidenciado nesta 13ª edição do Festival de Gastronomia de Tiradentes (este ano totalmente dedicado a elas), foi colocada em debate na manhã do dia 21 de agosto. Mesa redonda foi mediada pelo jornalista Josimar Melo com a presença de Danusia Barbara, Margot Janse, Helena Rizzo, Mari Hirata, Deise Novakoski e Cilene Saorin, entre outras mulheres de destaque no cenário gastronômico. Veja mais imagens do Festival de Tiradentes “Homens se xingam e logo depois está tudo resolvido. Já as mulheres, ficam chateadas umas com as outras por anos. Em restaurante não há como ficar um mês com mágoa de colega. Não sou e nem serei a mocinha que eu poderia ter sido 30 anos atrás”, confessa Deise, que é sommeliére do restaurante Eça no Rio de Janeiro. Apesar de cada uma ter um ponto de vista diferente, todas colocaram as noções de delicadeza e fragilidade (frequentemente associadas às mulheres) em xeque. A chef gaúcha Helena Rizzo, que comanda com o marido, o espanhol Daniel Redondo, o restaurante paulistano Maní, optou por trabalhar não necessariamente ao lado dele na cozinha. “Fiz isso para salvar meu casamento”, brinca. Hoje eles se revezam em diferentes tarefas, evitando eventuais conflitos na desgastante rotina de restaurante. A holandesa Margot Janse (Le Quartier Français, em Franschhoek, na África do Sul) também é casada com um chef, mas ele trabalha em seu próprio restaurante. “Na África do Sul as barreiras relativas ao sexo não são tão nítidas em se tratando de profissão porque, como o país é pobre, as mulheres sempre tiveram de sair para trabalhar”, conta.

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