O bartender Beedoo comanda o Chicletes com Guaraná

por Eduardo Tristão Girão 29/01/2010 07:00
Pedro David/Esp.EM/D.A Press
Beedoo garante que não há limite para se inventar um coquetel (foto: Pedro David/Esp.EM/D.A Press)
Se você disser Douglas da Cruz Júnior, é possível que ele não responda. O paulistano do Bairro do Bixiga já se acostumou a ser chamado de Beedoo, apelido de infância. É este o nome que aparece em cardápios e conversas pelas dezenas de bares e restaurantes aos quais prestou consultoria e nos eventos de que participa em Belo Horizonte. Coquetéis e malabarismos com garrafas e copos fizeram dele um dos mais respeitados bartenders da capital e transformaram sua visita de uma semana a BH, em 2003, em mudança definitiva. Agora ele celebra, como sócio, a inauguração de sua primeira casa: a Chicletes com Guaraná.

“É possível fazer bebida de praticamente tudo, até de sola de chinelo. Com criatividade e conhecimento, é possível. Não há muito limite”, declara o bartender, que acredita ter sido responsável por abrir caminho para a coquetelaria moderna em Belo Horizonte. Ele tem uma escola de bartenders batizada com seu apelido e dá aulas em vários locais: Associação Mineira de Sommelier, Fumec, Estácio de Sá e Senac. Sem falar nas consultorias: Graças a Deus (a primeira), Jack Rock Bar, 2010, Cinco Club, Bar da Devassa, Vinicius, La Milonga, Fabbrica, The Art, Tavola e Sorriso, entre outras casas. Por conta do novo bar, Beedoo terá de deixar as consultorias um pouco de lado.

“Muita gente quer saber se aqui é restaurante, lounge ou bar. É um bar. Mas, para dar suporte a coquetéis e outras bebidas, preciso de uma boa cozinha. O conceito envolve arquitetura, decoração e música. Jazz, nu jazz, acid jazz e bossa, mas sem rotular”, define Beedoo, que comanda a casa com as sócias Bárbara Maciel e a Louise Cristine – são elas as proprietárias da marca Chicletes com Guaraná, cuja loja fica em cima do bar. O barman não cita a palavra decoração à toa: quase todas as peças (poltronas, garfos, taças etc) estão à venda. Toda quinta-feira há shows de jazz no local (R$ 20, couvert individual).

COQUETEL HARMONIZADO

Os coquetéis são, de fato, as estrelas. Apesar de haver apenas 20 no cardápio, eles podem chegar a 150, com a variação de ingredientes. “Se o cliente pede caipimorango, por exemplo, o garçom dá a ele opção acrescentar mel com canela ou pimenta rosa com hortelã. Sem falar nos coquetéis do dia e naqueles que oferecemos a partir do que o cliente está bebendo, para não ter medo de misturar”, explica. Eles estão divididos nas categorias “butique” e “famosos”. Destaque para o Miranda Priestly (gim, vermute de laranja, tônica e pimentas tabasco e dedo de moça; R$ 19) e o Black Velvet (cerveja Guinness e espumante; R$ 24).

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Miranda Priestly leva gim, vermute de laranja, tônica e pimenta (foto: Pedro David/Esp.EM/D.A Press)
“Embora coquetéis com uísque já existam na coquetelaria clássica, eles são totalmente incomuns por aqui. Temos alguns mais ousados, como o que leva redução de blueberry, morango fresco macerado, mix de açúcar com suco de limão e uísque, servido em taça de dry martini”, conta ele. Outros levam ingredientes menos comuns, como cravo, canela, gengibre, alecrim e figo. “Você pode ter um prato condimentado e um coquetel mais suave ou ambos mais estruturados. Também é possível harmonizar um prato com toque de alecrim ou gengibre no coquetel”, revela.

Por falar em pratos, o cardápio recém-elaborado para a casa é assinado pelo chef paraense Claudio Santiago (ex-Marquês) e executado por Fábio Luppi e Carla de Abreu Libânio. Curiosidade: como dois terços dos 90 lugares estão em ambiente informal (sem mesa), todas as receitas foram criadas tendo em mente a praticidade. Ou seja, dá para comer no sofá.

Entradas: samosa de carne bovina (pastel indiano com dois molhos; R$ 18) e tartar de salmão com confit de pepino ao endro sobre blinis de milho (R$ 27). Pratos principais: risoto de coração de alcachofra com aspargos frescos (R$ 31, individual) e salmão com legumes e vinho branco ao cartoccio (R$ 38, individual).

CHICLETES COM GUARANÁ BAR
Rua Alvarenga Peixoto, 388, Lourdes. (31) 2512-6252. Aberto terça e quarta-feira, das 18h à 1h; quinta a sábado, das 18h às 2h.

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