Bar Liberdade oferece ao freguês o legítimo cardápio botequeiro

por Eduardo Tristão Girão 25/12/2009 07:00
Pedro Motta/Esp.EM/D.A Press
Carne de fumeiro com farofa d'água: carro-chefe do Bar Liberdade (foto: Pedro Motta/Esp.EM/D.A Press)

O apelo à simplicidade, ao trivial e à ideia abstrata do que é “roça” quase sempre foi alternativa segura para donos de bares e restaurantes. Trata-se de caminho já pavimentado pelo gosto popular, que, muitas vezes, é sinônimo de produto artesanal, garantia de procedência e, claro, de qualidades ímpares. Aberto recentemente, o Bar Liberdade, instalado no imóvel onde já funcionaram Chico Mineiro, Espaço Real e Oishi, investe justamente nas pedidas que habitam o imaginário dos botequeiros de Belo Horizonte. Afinal, não são tão comuns os locais onde, à noite, pode-se comer fígado com jiló.

O bonito ambiente passa longe da costumeira falta de planejamento arquitetônico e de investimento em decoração dos botequins mais antigos. Diferentes azulejos decoram as paredes; do teto, descem luminárias que lembram gaiolas. O mezanino, cujo piso mescla madeira e cimento queimado, é o ambiente preferido para reservas de grupos grandes. No andar de baixo, janelões podem ser abertos e fechados ao gosto do freguês. No pavimento superior, curiosa janela sanfonada permite ampla comunicação com o lado de fora. Há mesas na calçada. No total, são 150 lugares.

Na hora do almoço, toalhas brancas entram em cena para o serviço de pratos executivos como carne de panela com purê de batata, arroz, feijão e salada (14,90, individual), espaguete à bolonhesa (R$ 10) e feijão tropeiro com lombo, arroz, couve e salada (R$ 15,90). Há uma reedição do famoso kaol, que leva carne de panela, arroz, ovo e linguiça (R$ 10). Servido em qualquer horário, o mexido (R$ 13, individual) é feito com a carne do dia, que pode ser filé mignon, linguiça ou carne moída, por exemplo. O chef Edmar de Souza também responde pelo restante do extenso cardápio.

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Pedro Motta/Esp.EM/D.A Press
Bem-decorado, bar funciona em ponto que abrigou tradicionais casas da Savassi (foto: Pedro Motta/Esp.EM/D.A Press)
FUMEIRO

Embora isso não esteja escrito no cardápio, vários produtos utilizados na cozinha vêm de duas fazendas próprias. A de Pitangui (Região Central do estado) fornece leitão, cordeiro, frango caipira, galeto, codorna, linguiças (porco e cordeiro), ovos, pão de queijo, hortaliças e legumes. A de Brumado (BA) manda frutas, farinhas, carne-de-sol, mandioca e manteiga de garrafa. De Salvador vem a carne de fumeiro (R$ 25), destaque do cardápio: trata-se de manta de bacon defumada e dourada no azeite com cebola, servida com farofa d’água (farinha branca umedecida com vinagrete) e pimenta-biquinho.

Petiscos como batata frita (R$ 9) e pastel (R$ 12, porção mista com 12 unidades) se misturam a especialidades “de buteco”, caso de maçã de peito (R$ 18), língua de boi recheada com cenoura e bacon (R$ 19), almôndegas (R$ 19), chouriço (R$ 18) e fígado (R$ 18) – as duas últimas servidas com jiló. Há, ainda, carnes na brasa, salada, sobremesa, sanduíches e guarnições. Aos sábados tem feijoada completa (gorda ou magra; R$ 38, para duas pessoas). Domingo é dia de leitão a pururuca para oito (R$ 120), quatro (R$ 70) e duas pessoas (R$ 38), com arroz, feijão tropeiro, abacaxi e legumes. Há também porção de leitão servida como aperitivo (R$ 22).

Todos os pães são produzidos em padaria que funciona na sobreloja do vizinho Chez Bastião (os proprietários são os mesmos) e atende às duas casas. O bar também se beneficia da carta de vinhos do restaurante, com 180 rótulos. Além de cerveja e chope (Itaipava), o cardápio reúne cerca de 80 rótulos de uísque acima de 21 anos (R$ 40, dose; também há marcas tradicionais) e 100 antigas cachaças (R$ 35, dose; há também mais baratas) – inclusive a rara Pelé, que não está à venda.

BAR LIBERDADE
Rua Alagoas, 626, Savassi. (31) 3261-5339. Aberto de segunda a sábado, das 11h à 1h; domingo, das 11h às 18h. Não abrirá em 1º de janeiro. No dia 25 e no dia 31, funcionará das 11h às 18h.

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