Aberto em Lourdes, Braca copiou os legítimos botecos cariocas

04/09/2009 07:00
Pedro Motta/Esp.EM/D.A Press
Almôndegas com queijo: tira-gosto servido em prato inspirado nas ondas de Copacabana (foto: Pedro Motta/Esp.EM/D.A Press)
O Bracarense é um dos bares mais famosos não apenas do Leblon, mas de todo o Rio de Janeiro. O chope, as empadas e os bolinhos fazem a alegria da turma que volta da praia. Descaradamente decalcado nessa tradição de sucesso, foi aberto recentemente, em Lourdes, um bar batizado com o apelido da “instituição” carioca: Braca. Azulejos em diagonal, mesas na calçada, chope cremoso, balcão de petiscos frios e porções variadas são os pilares da nova casa.

Quem chegar ao local e começar a identificar uma série de pontos em comum com o Redentor não suspeitou em vão. Dos quatro sócios, três têm relação com o concorrente: Pedro Giuliano Cardoso e Giuvandro Araújo são proprietários da unidade da Savassi. Guilherme Câmara é filho de um dos sócios da unidade Centro. Já Carlos Ferreira Mascarenhas é um dos fundadores do Pacífico Bar Café – curiosamente, comprado há alguns anos pelos próprios garçons.

“Como somos muito botequeiros, seja aqui, em São Paulo ou no Rio de Janeiro, quisemos pegar o estilo de boteco carioca. Não os chiques, mas aqueles de praia, com balcão no meio e cadeira na calçada, caso do Bracarense, do Jobi e do Clipper”, conta Carlos. Apesar de não parecer, citar Rio e São Paulo como referências para a criação de um bar com inspiração carioca faz sentido: entre os melhores bares paulistanos da atualidade estão casas que copiam o “jeitão” de botequim à moda antiga do Rio.

Não por acaso, essa é a mesma referência do Redentor, que, por sua vez, forneceu ao Braca os parâmetros para as 11 tiradas diferentes de chope (chamadas no cardápio de “seleção”), o que inclui combinações de líquido e colarinho claro e escuro – o copo de 310ml custa entre R$ 3,60 e R$ 3,90. Aliás, antes de receber o chope, os copos permanecem na bandeja cercados e preenchidos com gelo, técnica que os proprietários trouxeram dos bares cariocas.

Chopes claro e escuro são tirados em chopeiras separadas, com um bico para o líquido e outro para a espuma. “No Rio, 100% dos bares usam uma só torneira para chope e creme. Em São Paulo é o contrário. A diferença é que, usando uma torneira só para o creme, ele fica mais cremoso, a espuma fica no bigode quando a gente bebe. Prefiro assim”, informa Carlos. Os barris não utilizados são empilhados e transformados em mesas de espera.

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Bar fica na esquina, com cadeiras na calçada (foto: Pedro Motta/Esp.EM/D.A Press)

COMES

Todas as noites, empadinhas e escondidinhos (carne de sol, frango e camarão; R$ 3,90, cada) saem em três fornadas, às 19h, às 21h e às 23h. O ritual é o mesmo do Redentor, com direito ao anúncio por toque de sineta. A receita é igual à de lá. Vitrine de frios (queijos, salaminho, rosbife etc; R$ 3,90, 100g), sanduíches (em torno de R$ 9) e pratos individuais (mexido, carnes, massa e picadinho; entre R$ 7,90 e R$ 24,90). Sábado e domingo, a casa oferece feijoada (R$ 24,90, para duas pessoas) e frango assado na “televisão de cachorro” com batatas (R$ 16,90; para levar).

Salgadinhos ocupam lugar de destaque, caso do pastel português (carne moída, camarão ou queijo canastra), do croquete (proprietários garantem que é igual ao da Casa do Alemão, em Petrópolis), dos bolinhos variados (mandioca com carne de sol; de risoto com tomate seco; de picanha com queijo canastra) e da coxinha de frango com catupiry, todos em porções com seis unidades (R$ 9,50, cada porção). Há também bolinho de bacalhau (R$ 4,20, duas unidades).

BRACA
Rua Rio de Janeiro, 2.101, Lourdes. (31) 3337-7657. Aberto de terça a sexta, das 17h à 1h; sábado e domingo, das 11h à 1h.

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