BH Sabor e Arte reúne pratos inspirados no jazz

28/08/2009 07:00
Pedro Motta/Esp. EM/D.A Press
Salmão com manteiga de tomate e baquetas de ratatouille ao limão, criações do Restaurante Feliz (foto: Pedro Motta/Esp. EM/D.A Press)

Inspirada pela liberdade do jazz, a segunda edição do festival gastronômico BH Sabor e Arte, promovido pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais, reunirá, até dia 6, 10 dos principais restaurantes da cidade em torno do tema. Todos criaram menus de cerca de cinco pratos especialmente para o evento, com preços que variam de R$ 73 a R$ 105 (por pessoa; bebidas não incluídas). Alguns levaram a proposta mais ao pé da letra e recorreram a elementos das culinárias cajun e creole, típicas da região da Louisiana, no Sul dos Estados Unidos. Elas são, essencialmente, cozinhas de mistura, cruzando influências europeias, africanas e latinas com ingredientes locais.

O restaurante D’Istinto é um dos melhores exemplos disso. “Procuramos pesquisar a comida da região. Sempre fazemos essa mescla de bases italianas com outras influências culinárias. Com os ingredientes do jambalaya, que acredito ser o prato mais famoso dessa cozinha, fizemos uma massa”, conta o chef Fernando Sabino, que comanda a casa com Wilson Gonzaga. Ele se refere ao tagliolini com frango, camarões e linguiça ao molho jambalaya – jambalaya é nome de um dos pratos mais conhecidos da região, no caso, um arroz feito com todos esses ingredientes.

As outras receitas que a dupla criou não ficam atrás: pão artesanal de milho e semolina com manteiga de bourbon (o típico uísque de milho); raviólis crocantes de queijo de cabra e basílico com creme de tomate italiano; medalhão de filé mignon em crosta de mostarda antiga e salada quente de feijão, pancetta e tomate fresco; e torta de maçã em base de flocos de milho, creme de bourbon e pralinê de noz- pecã (que os norte-americanos usam e abusam). O menu da casa custa R$ 73.

FUGAS

Mas houve também quem fugisse da referência gastronômica norte-americana. No Feliz, por exemplo, o chef Zoroastro Passos foi buscar inspiração na França, mas ouvindo jazzistas mineiros. “Fui perguntando do que lembravam da França quando puxavam as lembranças gastronômicas”, explica ele. Do baterista André Limão Queiroz, veio a ideia das baquetas de ratatouille ao limão. Das lembranças do saxofonista Chico Amaral, emergiu o cordeiro bourguignone, e das do trompetista Marcelo Costa, a terrine de carne seca e cogumelos.

“Os pratos foram recriados com a liberdade que o jazz evoca. Aquela coisa do improviso, pensando em música e comida o tempo todo”, completa ele. Assim, completou seu menu com salmão com manteiga de tomates; sobrecoxas de frango ao molho de laranja e especiarias (releitura do grande chef francês Alain Ducasse, mas motivada pelo apelido do baixista Enéias Xavier, que é “frango”); e, por fim, um clássico, o créme brûlée. O menu de lá sai por R$ 83.

No Hermengarda, do chef Guilherme Melo, a linha de trabalho da casa foi mantida: cozinha contemporânea baseada em receitas e ingredientes brasileiros. Para começar, minisalada de bacalhau, feijão andu e azeitonas pretas com azeite aromatizado. De entrada, creme de cará com camarão, limão siciliano e manjericão. Na sequência, ravióli de batata doce com bacon e manteiga de castanha de baru; e lombo de cordeiro com tapioca grelhada e cebola braseada. Para sobremesa, pudim de tapioca com cocadinha de colher. Para experimentar esse menu, cada pessoa paga R$ 88

Além dessas três casas, integram o festival os restaurantes Aurora, A Favorita, Chez Bastião, Dádiva, Patuscada, Taste-Vin e Vecchio Sogno.

Quer outras opções? Confira o Guia de Bares e Restaurantes do Divirta-se

BH SABOR E ARTE
Festival gastronômico em 10 restaurantes da cidade, que oferecerão menus especiais entre R$ 73 e R$ 105 (por pessoa; bebidas não incluídas) até dia 6 do mês que vem. Informações: (31) 3282-5533 e www.abraselmg.com.br.

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