Orai Por Nós propõe releitura da cozinha mineira

17/10/2008 07:00
Pedro Motta/Esp. EM/D.A Press
Coxa de frango frita com caviar de quiabo e angu mole com queijos, destaque do Orai Por Nós (foto: Pedro Motta/Esp. EM/D.A Press)
A abertura do restaurante Orai Por Nós esta semana foi um fato inusitado. Não pelo nome, um tanto incomum para uma casa que demonstra certa sofisiticação já na entrada, mas pela localização. Fica no Bairro Planalto, tendo como vizinho, entre outros estabelecimentos, o Bar Tropeiro do 13. Não causaria tanta surpresa vê-la nas proximidades da Lagoa da Pampulha – onde estão casas bem acima da média, como Aurora e Xapuri –, mas a região em que está instalada não é o tipo de lugar para onde vão as pessoas que querem certo luxo. Os proprietários, que não têm experiência no ramo, garantem que não é loucura.

Um deles, o publicitário Frederico Bauer, conta que cruzou uma série de dados sobre o perfil dos moradores da região para tomar a decisão de montar o restaurante. Ele descobriu, por exemplo, que lá existem cerca de 2,5 mil pessoas com renda igual ou superior a R$ 15 mil. “Em nenhum momento pensamos em abrir na Zona Sul. Lá, seríamos mais um. Aqui, somos os primeiros”, afirma. É por isso que o local foi definido antes do conceito da casa. Trata-se de um misto de café e restaurante, aberto o dia inteiro. A proposta gastronômica é definida como “releitura da cozinha mineira com nuances da francesa”.

O imóvel, que já funcionou como delegacia, foi totalmente reformado (as obras duraram um ano) e ganhou novos ares. Jardim bem cuidado e grande portal chamam a atenção de quem passa pela calçada. Na entrada, estão a cozinha (que pode ser vista por uma janela) e dois salões de jantar com mesas de madeira e suplás variados, incluindo vista para a rua. Num deles, lustre no teto; no outro, chita colorida no teto. Pequeno bar com quatro banquetas está voltado para o salão, dividindo o espaço de serviço com uma cafeteria, voltada para ambiente mais simples, nos fundos. No quintal, há mesas entre pés de manga, amora, jabuticaba e ameixa – a princípio, destinadas a apreciação de charutos.

FRANCO-MINEIRO

No comando da cozinha está o chef André Cerqueira, formado na primeira turma do curso de gastronomia da Universidade Estácio de Sá e com passagens por alguns restaurantes da cidade. Um dos mais recentes foi a champanheria Ora Bolhas. A pesquisa que fez resultou em pratos que unem técnicas francesas (e algumas italianas) a ingredientes mineiros e vice-versa.

Exemplos são o ravióli de banana com ragu de vinho tinto e carne serenada ao azeite de especiarias (R$ 18, individual), o risoto de cachaça com lingüiça defumada, ora-pro-nóbis, queijo do Serro e alho-doce (R$ 26, individual), a posta de bacalhau com tutu de feijão branco e azeitonas (R$ 53, individual) e a coxa de frango frita com caviar de quiabo e angu mole com queijos parmesão e do Serro (R$ 25, individual). A carta de vinhos conta com 198 rótulos.

As sobremesas também seguem essa linha. Entre as opções estão a banana “maçaricada” sobre massa sablé com flor-de-sal e musse de canela com calda de chocolate (R$ 12,80), a pannacotta de requeijão com milk-shake de goiabada (R$ 9,80) e o queijo brie empanado na farinha de castanha de caju, servido com sorvete de doce de leite e azeite de limão (R$ 18).

A cafeteria conta com o barista Ivo Loures, que prepara desde expresso a drinques com café. Para comer, sanduíches incrementados, quitutes triviais (como pão de queijo, broa, bolos, tortas e salgados) e outros nem tanto, caso do cookie de castanha-do-pará com chocolate, do muffin de banana com especiarias e castanhas e da torta cremosa de queijo.

ORAI POR NÓS
Avenida General Olímpio Mourão Filho, 169, Planalto. (31) 3491-8114. Aberto de segunda a quinta, das 8h à meia-noite; sexta e sábado, das 8h às 2h; domingo e feriado, das 8h às 22h.

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