Acusado de pedofilia em filme, Porchat rebate: 'Não é apologia, é ficção'

Nas redes sociais, o filme tem sido duramente criticado nos últimos dias

Reprodução/Redes socias/Montagem
Fábio Porchat na cena do filme (foto: Reprodução/Redes socias/Montagem)

Nesta segunda-feira (14/03), Fábio Porchat rebateu as críticas após ser acusado por bolsonaristas de pedofilia por sua atuação como Cristiano no filme Como se tornar o pior aluno da escola (2017).

 

O ator afirmou que ele é um vilão e que tudo "é mentira", destacando ainda que ele não teve vínculo com a concepção do papel.  

 

"Vamos lá: como funciona um filme de ficção? Alguém escreve um roteiro e pessoas são contratadas para atuarem nesse filme. Geralmente o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um nazista, um racista, um pedófilo, um agressor, pode matar e torturar pessoas", disse o ator, em posicionamento enviado ao jornalista Leo Dias (Metrópoles). 

 

Porchat ainda citou exemplos de vilões vividos por atores e atrizes famosos. 

"O Marlon Brando interpretou o papel de um mafioso italiano que mandava assassinar pessoas. A Renata Sorah roubou uma criança da maternidade e empurrava pessoas da escada. A Regiane Alves maltratava idosos. Mas era tudo mentira, tá, gente? Essas pessoas na vida real não são assim", explicou.  

 

O ator também ponderou que vilões podem ser difíceis de assistir na telona, mas defendeu que "quando o vilão faz coisas horríveis no filme, isso não é apologia ou incentivo àquilo que ele pratica, isso é o mundo perverso daquele personagem sendo revelado". 

 

Mario Frias se pronuncia sobre o assunto 

 

No Twitter, Mario Frias, secretário especial da Cultura, disse que o filme é uma "explícita apologia ao abuso sexual infantil" e que "afronta às famílias e às nossas crianças". Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública, afirmou que determinou "providências cabíveis para o caso" à pasta.

 

O longa tem classificação indicativa para 14 anos. Segundo a edição de 2021 do Guia Prático de Classificação Indicativa, documento do Ministério da Justiça e Segurança Pública que é utilizado como referência para a indústria audiovisual, conteúdos em que "um personagem se beneficia da prostituição de outro" ou que contenham cenas de indução e atração "de alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual" não são recomendados para menores de 14 anos.

 

Atos de pedofilia, descritos pelo manual como "violência sexual contra vulnerável (menor de 14 anos)" não são recomendados para menores de 16 anos.