TV Globo 'arquiva' denúncia de Dani Calabresa contra Marcius Melhem

Emissora não conseguiu comprovar veracidade das acusações

Divulgação/TV Globo/Montagem
Dani Calabresa e Marcius Melhem (foto: Divulgação/TV Globo/Montagem)

O departamento de "compliance" da TV Globo arquivou a denúncia de assédio sexual e moral feita pela comediante Dani Calabresa contra o ex-diretor de humor, Marcius Melhem.

De acordo com as informações exclusivas do colunista Ricardo Feltrin, do Uol, depois de mais de um ano de investigações e de ouvir diversas testemunhas das duas partes, a emissora não conseguiu comprovar a veracidade das acusações.

 

Melhem processou Calabresa por danos morais, calúnia e difamação. A humorista decidiu não acionar a Justiça inicialmente, no entanto, depois moveu ação proibindo-o de divulgar suas mensagens pessoais a ele, enviadas por WhatsApp.

 

Na apuração sigilosa do Ministério Público para verificar a necessidade de investigação e maiores providências sobre o caso, até o momento, nove mulheres depuseram, sendo que oito testemunharam contra o roteirista na época que as acusações de Dani estouraram.

 

Segundo a publicação, no "compliance" houve queixas internas na Globo de funcionários contra Marcius, mas boa parte delas era sobre sua atuação como chefe e questões comportamentais, e casos de não liberação de pessoas para outro trabalho ou escolhas de participação de elenco para programas na emissora. O canal, não conseguiu comprovar nem essas questões.

 

Ainda de acordo com a coluna, das 10 mulheres que se dispuseram a denunciar Marcius Melhem por assédio sexual dentro da emissora. Apenas uma atriz, que teve um relacionamento de dois anos com o diretor, foi fazer queixa de assédio sexual. O nome da artista não foi revelado por que a Ouvidoria do Ministério Público de São Paulo não terminou de ouvir todos os depoimentos, e a Justiça e o Ministério Público do Rio de Janeiro ainda não começaram a investigar o caso.

 

Vale destacar, que na condição de suposta vítima Calabresa não denunciou Marcius à polícia ou à Justiça. O caso foi aberto para investigação no Ministério Público devido à longa reportagem da revista Piauí, publicada em dezembro de 2020. A reportagem ouviu 43 pessoas, das quais duas afirmaram ter sofrido assédio sexual do diretor, sete assédio moral e três dos dois tipos, tanto sexual como moral.

 

Procurada por Feltrin, a TV Globo informou que não vai se manifestar sobre o assunto. Dani Calabresa, por meio de sua defesa, informou que o caso corre em sigilo no MP.